[NerdTop] Os 10 fatos mais DESAGRADÁVEIS em Dragon Ball Super


Pois é meus caros leitores e amigos, após passar por um período complicado de muito serviço e de problemas com epicondilite, estou de volta ao nosso querido e amado (?!) blog.

E para comemorar este retorno, que tal um NerdTop sobre Dragon Ball?

Aproveitando que o quarto anime da franquia está chegando ao fim (essa notícia inclusive surgiu enquanto eu preparava este texto), este artigo listará os 10 fatos mais DESAGRADÁVEIS em Dragon Ball Super.

Sem mais enrolações, vamos a lista.



10. Paradoxo com Material Original

"Bulma, você sabia que essa nossa conversa pode ferrar com a cronologia?"

Dentro da linha do tempo de Dragon Ball, a fase “Super” acontece durante o intervalo de dez anos compreendido entre a derrota de Majin Boo (8 de maio do ano 774) e o 28° Torneio de Artes Marciais (7 de maio do ano 784), onde Goku conhece Uub.

Explorar este período é uma ideia bem promissora. Afinal de contas, estamos falando de uma década não aproveitada pelo Akira Toriyama, um espaço de tempo onde é possível criar personagens e histórias sem comprometer a integridade da obra original, certo?

Bem...mais ou menos.

Acontece que no arco do último Torneio, o próprio Toriyama estabeleceu alguns pontos que ocorreram durante este intervalo de tempo. Um dia antes da competição (6 de maio do ano 784), temos um diálogo entre Goku, Bulma e Vegeta onde é revelado que os personagens não se encontravam há CINCO ANOS (vejam o capítulo 518 do mangá e o episódio 289 de Dragon Ball Z).

Além disso, somos apresentados a duas novas personagens: Pan (a filha de Gohan e Videl) e Bra (a filha caçula de Bulma e Vegeta). Segundo a cronologia de Dragon Ball, a neta de Goku nasceu em 779 e a filha de Vegeta em 780. Em Dragon Ball Super, o nascimento de Pan aconteceu durante o início do segundo arco (Renascimento de Freeza) enquanto o de Bra no quinto arco (Torneio do Poder). Logo, todos os arcos compreendidos entre essas duas tramas ocorreram entre os anos 779-780.

Se considerarmos os cinco anos em que Goku ficou sem visitar seus amigos - 6 de maio de 779 à 6 de maio de 784 – grande parte das tramas de “Super” acontecem justamente durante este período. Ou seja, temos aí uma GRANDE INCONGRUÊNCIA com o material original.

Esse tipo de paradoxo pode muito bem ser “consertado” através de um retcon no arco do 28º Torneio de Artes Marciais. Mas não veremos isso no anime atual já que ele será encerrado após a conclusão do Torneio do Poder.

O jeito é esperar pelos próximos planos da Toei Animation.



9. Os Inexistentes Efeitos do Tempo

"O tempo não para..." a não ser para Trunks e Goten.

Enquanto nas séries originais (DB e DBZ) havia uma preocupação com a passagem de tempo entre os arcos principais, DBS simplesmente está cagando com isso parece não se importar com isso. O anime em momento informa quanto tempo se passa entre as suas histórias. Se não fosse por conta de eventos já estabelecidos na cronologia (os nascimentos de Pan e Bra) não faríamos ideia do exato período em que ele se passa.

Porém, informar a passagem de tempo ao espectador não foi a única coisa que a série deixou de se preocupar.

“Super” ignora os efeitos do tempo em seus personagens, algo que é mais notório nos mais jovens. Goten e Trunks, por exemplo, continuam com a mesma aparência de moleques de 7/8 anos que possuíam Fase Boo. Aliás, não só possuem a mesma aparência como continuam agindo como se fossem crianças desta faixa de idade. Detalhe: quando Bills veio para a Terra, passaram-se pelo menos uns 4 anos desde a derrota de Majin Boo.

Quem também sofre desta síndrome de Peter Pan é Marron, a filha de Kuririn não estamos falando de sua ex-namorada gostosona. Quem olha a garota, imagina que ela tenha uns 3 anos. Só que essa era a idade que ela tinha durante a batalha contra Boo. Em "Super", a menina tem entre 7-9 anos, mas continua sendo retratada como uma CRIANÇA DE COLO!!!

Não sei se é descuido de character design ou uma mera decisão da Toei, mas isso não me agrada. Para quem acompanhou o crescimento de Goku ao longo de suas aventuras, é desanimador ver uma das características mais legais de Dragon Ball ser deixada de lado.

Os únicos personagens que realmente envelheceram foram Videl e Gohan. Curiosamente, são os personagens mais maltratados pelo anime. Enquanto Videl foi relegada ao time dos coadjuvantes de terceiro escalão, Gohan...bem, falaremos sobre ele mais tarde.



8. A Capenga Adaptação de “A Batalha dos Deuses”

Goku vs Bills, uma aula de artes marciais.

Eu adoro Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses (Doragon Bōru Zetto: Kami to Kami, 2013). Acho que o filme equilibra muito bem os momentos de humor com os de pancadaria. E de quebra ainda nos brinda com dois novos personagens: o Deus da Destruição Bills e o seu Assistente/Mestre Whis.

Admito que tenho ressalvas com o famigerado Deus Super Saiyajin, mas nada que estrague a experiência.

Com o projeto de DBS engatilhado, a Toei Animation decidiu que o seu primeiro arco seria uma adaptação deste longa-metragem. Apesar de uma solução BEM PREGUIÇOSA, ao menos era uma garantia de que o anime iniciaria com uma boa história.

Mas não foi o que aconteceu.

O estúdio errou a mão em sua adaptação. Ele deu uma esticada desnecessária na trama, distribuindo o conteúdo contido nos 85 minutos do longa em 14 episódios (ou seja, 280 minutos). Quem sofre com isso é a batalha final entre Goku e Bills, que se arrastou por quase SEIS episódios (a luta original só durava 15 minutos).

Apesar do alongamento da história, a adaptação limou várias sequências presentes no original. A cena em que a Gangue Pilaf explica seu rejuvenescimento foi cortada (gerando uma ponta solta na versão do anime). A referência a Tarble, o irmão mais novo de Vegeta que apareceu no especial Dragon Ball: O Retorno de Goku e seus Amigos (Doragon Bōru: Ossu! Kaette Kita Son Gokū to Nakama-tachi!!, 2008), também sumiu sem qualquer explicação.

Sinceramente, o pior corte foi do momento em que Goku demonstra insatisfação com a sua transformação divina. Em “A Batalha dos Deuses”, quando Bills pergunta se ele estava gostando de “ser um Deus”, o protagonista explica que não estava feliz pois precisou da ajuda de seus amigos para atingir aquele nível de poder.

“Poxa, mas o que essa cena tem de tão especial?”

Acontece, meus caros leitores, que esta é uma das poucas vezes que vemos o personagem demonstrando o seu Orgulho Saiyajin. Esta é uma característica que já vimos várias vezes sendo personificada por Vegeta, mas em pouquíssimas ocasiões pelo próprio Son Goku. De cabeça, só me recordo da vez em que ambos se recusam a usar os Potaras contra o Kid Boo pois queriam enfrentá-lo com as suas próprias forças.

No fim eles precisaram de todo mundo para a Genki Dama, mas isso não vem ao caso...

Este momento ainda gerou um diálogo muito bacana entre o Saiyajin e o Deus da Destruição, onde ele afirma respeitar Vegeta por deixar o seu grande orgulho de lado em prol dos outros. A sequência completa não deve durar mais que 3 minutos, mas continha um peso enorme para o personagem.

No lugar disso, temos um Goku (todo pimpão) destruindo planetas enquanto troca socos com Bills.

Ahhh Toei...



7. Everybody Hates Majin Boo

"Pobre Majin Boo, não tem amigos, não tem ninguém."

Que Majin Boo é poderoso, isso ninguém tem dúvida. Antes do surgimento de sua contraparte maligna, ele tocou o terror na Terra e derrotou sem muitas dificuldades adversários como Dabura, o fracote Supremo Senhor Kaioh, Gotenks (antes de atingir o SSJ3), Gohan e Vegeta (em sua forma Majin). O único capaz de fazer frente ao vilão foi Goku com sua transformação de SSJ3.

No fim, ele passa a integrar o time dos mocinhos graças ao Mr. Satan. E naquele ponto da história, o poder de luta do Sr. Boo (alcunha que passou a adotar) só ficava atrás de Goku, Vegeta, Gotenks (como SSJ3) e Gohan. Ou seja, se tirarmos os Saiyajins, ele é o mais poderoso entre os heróis.

Se ele é tão poderoso, por que “Super” insiste em criar desculpas para deixá-lo de fora?

Quando Freeza invadiu o planeta, Boo estava dormindo. Quando Bills e Champa organizaram um torneio entre seus universos, Boo é eliminado antes dos combates pois dormiu na prova escrita. Quando Goku selecionou todos os companheiros para participar do Torneio do Poder, ele é obrigado a encontrar um novo lutador aos “45 minutos do 2º tempo” porque... BOO ESTAVA DORMINDO DE NOVO!!!

Pô, nem para ter criatividade nas desculpas?

O único momento em que o personagem teve a sua chance de brilhar (e por algum milagre não estava dormindo) foi em uma preliminar que antecedeu o Torneio do Poder, onde ele "brinca" com Basil do Universo 9. Esta fase preliminar só existe na anime já que o mangá preferiu fazer um free-for-all entre os Deuses da Destruição (que acabou sendo muito melhor, diga-se de passagem).

Embora pareça que haja um boicote com o amigo de Mr. Satan, a verdade é que os responsáveis pelo anime não fazem ideia de como usá-lo. Aliás, essa dificuldade vem desde os tempos de Dragon Ball GT, onde arrumaram um jeito de se livrar do demônio cor-de-rosa logo na primeira oportunidade que tiveram (Boo se fundiu com Uub em definitivo para que o garoto pudesse enfrentar Baby Vegeta e não adiantou porra nenhuma).

Se considerarmos que os roteiros dos filmes mais recentes e os rascunhos iniciais de DBS (a partir do terceiro arco) são do próprio Toriyama, é provável que nem ele saiba como explorá-lo.

Por conta de tudo isso, o personagem é relegado a exercer apenas o papel de alívio cômico, o que convenhamos, é um grande desperdício de potencial.



6. "Essa luta é perigosa para Goten e Trunks, mas você pode vir Mestre Kame!"

Quem precisa de um SSJ3 quando se tem o Mestre Kame? :D

Após ressuscitar graças à vontade do Toriyama as Esferas do Dragão, Freeza retorna a Terra mais uma vez em busca de vingança. Assim que a sua nave inicia o pouso no planeta, pouco a pouco os Guerreiros Z vão se encontrando enquanto partem para a batalha.

Tenshinhan comenta que pediu para Chaos e Yamcha não aparecerem pois era muito perigoso. Gohan comenta que Bulma pediu para que ele não contasse nada para Trunks e Goten pelo mesmo motivo. Já Kuririn deixou a Nº 18 em casa...mas fez questão de trazer o Mestre Kame!!!

Sério, onde está a lógica nisso?!

Você deixa de trazer lutadores mais poderosos com o argumento de que será perigoso, mas traz um personagem que não é relevante em combate desde os tempos do Piccolo Daimao. Se a situação era perigosa para Trunks, Goten e a Nº 18, imagina o quão ameaçadora seria para alguém do nível do Kame.

Digo mais: considerando que Goku e Vegeta estavam treinando com Whis, Gohan estava “enferrujado” e o Majin Boo estava dormindo por imposição do roteiro, o personagem mais poderoso disponível era justamente o Gotenks SSJ3. Como é que eles abrem mão de um recurso tão poderoso em um momento de crise?

Entendo que uma das características mais legais do “Super” é oferecer um lugar ao sol aos personagens que perderam espaço na história. É muito legal vermos Kuririn, Tenshinhan, Piccolo, Nº 17, Nº 18, Freeza e até mesmo o Mestre Kame terem chance de se mostrarem relevantes mais uma vez. Mas é necessário que haja o mínimo de coerência, caso contrário, cria-se situações bizarras como a descrita anteriormente.

Confesso que quando tive a ideia de escrever este artigo, pretendia criticar a escolha do personagem entre os dez escolhidos do Universo 7 para o Torneio do Poder. Entretanto, quando notei que a maioria dos Universos não reuniu guerreiros de nível tão absurdo assim (tinha muito lutador bucha naquele ringue), a participação dele ficou muito mais aceitável.

E convenhamos, ela foi muito mais digna do que a de certos personagens presentes naquele Torneio.



5. Trunks do Futuro, o menino prodígio

Trunks e a sua nova e inútil mais nova transformação: o Super Saiyajin Brilhoso. :P

Um dos pontos altos – e nostálgicos – de DBS foi o retorno do Trunks do Futuro Alternativo (Mirai Trunks). A primeira parte do seu arco, onde acompanhamos os percalços que ele enfrentou nos últimos anos (como Babidi e Dabura) e o reencontro com seus antigos companheiros (12 anos após a Saga Cell), é bem legal.

Mas como nem tudo na vida são flores, os problemas surgiram logo na segunda metade quando temos os combates contra os vilões. Embora Trunks tenha ficado muito mais forte, ele não tinha o mesmo nível de Goku e Vegeta para encarar a dupla Goku Black e Zamasu personagem mala dos infernos. Mas para os responsáveis pelo anime, ele precisava ser uma peça importante na pancadaria.

A solução encontrada foi fazer com que o rapaz despertasse novas habilidades durante os combates. Inicialmente, a ideia até parecia promissora quando o fizeram despertar uma nova variação de SSJ2, o Super Saiyajin Rage. Só que o surgimento do Super Saiyajin Rose (uma variação do Blue de Goku Black) logo tornou a transformação totalmente inútil. Com isso, o roteiro recorreu mais uma vez ao truque da nova habilidade.

E foi aí que começaram a perder a mão.

Enquanto a nova transformação surgiu de maneira natural, fazê-lo aprender o Mafuba (a técnica do Mestre Kame para selar inimigos) logo após assistir uma “videoaula do Piccolo” foi muito forçado. E antes que lembrem do caso do Goku com o Kamehameha, preciso lembrar que ele é um prodígio em artes marciais, algo que o filho do Vegeta não é. E o próprio protagonista precisou de um dia inteiro de treinamento para dominar o Mafuba.

Se o arco acabasse ali, talvez esta questão nem incomodasse tanto. O problema é que a luta continuou e o roteiro conseguiu fazer com que Trunks ganhasse uma habilidade ainda mais absurda: uma GENKI DAMA com a energia dos sobreviventes da Terra, canalizando-a na forma de uma espada...

Ok, retiro o que disse. O Mafuba, ao menos, ele viu pelo tutorial no celular. A Genki Dama ele NUNCA VIU. Não há nenhuma razão a não ser uma tentativa maluca de DEUS EX MACHINA dos responsáveis pelo anime.

Aliás, nem dá para chamar isso de Deus Ex Machina já que ZAMASU SOBREVIVEU!!!!

Trunks aprendeu três novas habilidades e NENHUMA funcionou. Se era para fazer essa lambança, era melhor ter deixado o personagem como suporte, algo que foi feito – e com muito mais competência – na adaptação deste arco no mangá.



4. Freeza e seu treinamento supletivo

Freeza em seu treinamento Rocky Balboa. (by @dragongarowLEE)

Trazer Freeza de volta não é algo novo em Dragon Ball. Antes mesmo de seu regresso em Dragon Ball Z: O Renascimento de F (Dragon Ball Z: Fukkatsu no F, 2015), o vilão retornou em pelo menos quatro oportunidades.

A mais célebre, na minha humilde opinião, aconteceu em Dragon Ball Z: O Renascimento da Fusão - Goku e Vegeta (Dragon Ball Z: Fukkatsu no Fusion!! Gokuu to Vegeta, 1995), onde ele é derrotado por Gohan com APENAS UM SOCO. Além de humilhante (e engraçada), esta derrota é bem significativa. Se no passado o Ditador Galáctico era um inimigo terrível, agora ele não era mais uma ameaça aos heróis.

Considerando que o seu novo retorno aconteceria cinco anos após a derrota de Majin Boo, como fazer com que ele se transforme novamente em um grande tormento na vida dos mocinhos?

Simples, é só colocá-lo para treinar durante quatro meses e está tudo certo.

Pois é, essa foi a solução do próprio Akira Toriyama.

Segundo o próprio autor, Freeza era um prodígio pois possuía um grande poder mesmo sem nunca ter treinado um dia sequer na vida. Logo, o que aconteceria se ele resolvesse treinar a sério?

O roteiro de Toriyama faz questão de mostrar que o vilão esteve parado nos últimos quinze anos. Ao contrário do que nos foi mostrado em Dragon Ball Z, ele não ficou aprontando altas confusões no inferno com o Cell e muito menos assistiu o derradeiro confronto entre Goku e Kid Boo. Durante todo esse tempo, ele esteve preso em um casulo (parecendo uma Kakuna) sendo “torturado” por fadinhas e outros seres felizes.

Veja bem galera, não acho ruim que Freeza seja um prodígio, afinal o próprio Goku é. Contudo, mesmo sendo um, o Saiyajin ralou durante anos para atingir o seu nível de poder. Se o vilão atingisse o mesmo nível do protagonista com um quarto do tempo de treinamento, seria algo bem aceitável.

Agora, querer convencer que em QUATRO MESES ele saiu do nível que estava Namekuzei para um onde seria capaz de dar tapa na cara em um Deus da Destruição...pô meus amigos, aí é forçar a amizade.

A ideia desse treinamento foi tão cretina, mas tão cretina, que arrumaram uma nova solução para fortalecer o personagem para o Torneio do Poder. A explicação foi que mesmo preso novamente em um casulo, o vilão realizou um treinamento mental (através de meditação e concentração) que ajudou a fortalecê-lo e a suportar as "torturas" dos seres felizes DO MAL.

Isso é muito mais fácil de engolir do que o seu treinamento supletivo.

Agora imaginem se o Cell, que tem células do Freeza e dos Saiyajins, resolvesse treinar durante uma semana?

Se cuida Bills.



3. Gohan, o Guerreiro Enferrujado

Crescimento profissional em um shounen de lutinha não parece ser um grande negócio.

Gohan viveu uma grande transformação em sua vida após a batalha contra Boo. Ele terminou os estudos, tornou-se um pesquisador, casou-se com Videl e virou papai. Neste curto espaço de tempo, ninguém do elenco principal de Dragon Ball cresceu tanto na vida quanto ele. Se no lado pessoal e profissional o primogênito de Goku e Chi-Chi evoluiu, não podemos dizer o mesmo de suas habilidades em artes marciais.

A primeira grande participação do personagem em combate em DBS aconteceu durante o retorno de Freeza. Enquanto na versão do filme ele foi nocauteado pelo vilão com APENAS UM SOCO karma is a bitch, no anime ele só não foi morto pelo antagonista porque seu pai Piccolo se sacrificou (DE NOVO) para protegê-lo.

Detalhe: nas duas versões, o vilão estava em sua PRIMEIRA FORMA.

Não acho nenhum absurdo Gohan sair derrotado neste combate. A sua derrota é um recurso de roteiro importante para justificar a ameaça que o vilão representava. O meu problema é mais com a forma como foi conduzido. Tanto no filme quanto no anime, o personagem foi jogado na lama merda sem qualquer cerimônia. Pode ser birra da minha parte, mas ficaria menos incomodado se ao menos ele mostrasse um pouco mais de resiliência (em Namekuzei, ele demonstrou isso quando a diferença de níveis era abissal).

Para justificar o patético desempenho do jovem, “Super” recorreu à mesma explicação usada na luta contra Dabura: como ele não treinou um dia sequer desde que a Terra passou pela sua última crise, suas habilidades de combate estavam enferrujadas. Bem ou mal, este foi o gatilho para que ele voltasse a treinar, algo que encheu de esperanças o coração de seus fãs.

Treinando com Piccolo, Gohan eventualmente consegue acessar os seus poderes ocultos mais uma vez...só que o seu desempenho nas lutas continuou sofrível. No Torneio do Poder, não brilhou em nenhuma das lutas que participou, mesmo diante de adversários claramente inferiores. No fim, ele foi eliminado levando Dypso do Universo 11 consigo.

Para quem alimentava esperanças em ver o "nobre bacharel" ajudando Goku e Vegeta a enfrentar os pesos pesados Toppo e Jiren, vê-lo ser eliminado antes do Nº 17 foi algo bem frustrante. Aliás, frustração é o termo que resume a sua participação em Dragon Ball Super.



2. O “Poderoso” Super Saiyajin Blue

Super Saiyajin Blue e o chão, uma história de amor.

Apresentado durante "O Renascimento de F", o Super Saiyajin Blue (o primeiro nível de SSJ no modo Deus) seguiu exatamente a cartilha de toda nova transformação de Super Saiyajin, com o inimigo da vez tomando uma bela de uma surra. Mesmo com o poder adquirido de seu treinamento supletivo, Freeza não foi páreo para Goku e Vegeta no modo Blue.

Embora a aparência seja nada criativa, a primeira impressão deixada pela nova transformação foi positiva. Tanto que durante algum tempo, o principal debate entre os fãs era “qual a transformação mais forte, SSJ4 ou SSB?”.

Isso claro até o surgimento de Dragon Ball Super.

Quem acompanhou a adaptação do filme na série animada, viu algo totalmente diferente. Mesmo com a nova transformação, Goku sofreu nas mãos do vilão. Se fosse um combate por pontos, o protagonista teria perdido de LAVADA.

E não para por aí.

Nos arcos seguintes, o Blue não foi o suficiente para que os heróis encarassem oponentes como Hit, Black e Zamasu. Mas é durante o Torneio do Poder em que o Blue viveu os seus momentos mais bizarros. A luta teste com o Nº 17 (onde o androide em momento algum se sentiu acuado); os apertos de Caulifla e Kale (duas Saiyajins do Universo 6 que mal alcançaram o SSJ2); e uma disputa de Kamehamehas com Kuririn (onde o careca botou uma pressãozinha em Goku) são situações claras onde o SSB não parece grandes coisas.

Sério Toei, mas o que é que vocês estão fazendo?

Em Dragon Ball GT, Goku como Super Sayajin 4 levou um aperto de vários inimigos. Só que em momento algum o “GT” sabotou a sua transformação principal como o “Super” insiste em fazer com a sua. Prova disso é que as situações descritas anteriormente são inimagináveis para o SSJ4.

Portanto, se hoje me perguntarem "qual a transformação mais forte?", respondo sem hesitar: SSJ4 >>> abismo >>> SSB.



1. A Maior Humilhação de Goku

"Kakarotto, eu sou seu pior pesadelo!"

(Creio que já deu para notar que não suporto este arco da "Ressurreição do Freeza", né?)

Durante o treinamento no Planeta Sagrado, Goku é repreendido por Whis (com um cutucão sneak-attack na costela) por conta de seu hábito em deixar a guarda aberta. O péssimo costume do Sayajin não foi algo criado para a trama. Quem aqui não se lembra da final do 23° Torneio de Artes Marciais, onde ele é gravemente ferido pelo Piccolo após acreditar que venceu a luta?

Sendo bem honesto, não me lembro do personagem cometendo esse erro após esse combate, mas vamos dar uma colher de chá para o roteiro.

Quando o ponto fraco é apontado pelo mestre de Bills, é um claro aviso ao espectador de que em algum momento o protagonista cometerá uma cagada um erro em um momento crucial. E como o antagonista da vez era o Freeza, fazia todo sentido que ele fosse o filho da puta canalha que tiraria proveito disso.

Pois bem, no clímax do arco ele é gravemente ferido após baixar a sua guarda...por um tiro de laser de Sorbet, um CAPACHO fracote do vilão.

Isso mesmo, o homem mais poderoso do Universo 6, capaz de trocar socos com um Deus da Destruição, foi derrotado por um MERO CAPANGA!!!

Céus, que coisa broxante. :(

As duas versões deste momento são terríveis. No filme, ele foi atingido enquanto estava transformado em Super Saiyajin Blue (se ele estava com um poder de um Deus, como é que uma arminha laser conseguiu feri-lo?). No anime, ele estava em sua forma normal quando foi atingido. Contudo, há uma rápida cena em que Freeza combina com Sorbet para que ele atacasse o Saiyajin. Se considerarmos tudo o que conhecemos do vilão, isso não faz o menor sentido. Pedir ajuda a um subalterno que ele considera um verme seria algo contra o seu próprio orgulho.

A verdade é que a única forma que esta sequência ficaria aceitável seria se o tiro servisse como uma distração para Goku e o próprio antagonista aproveitasse a oportunidade para feri-lo. Sorbet ainda teria um grande papel na cena e Freeza mostraria mais uma vez o quão filho da puta ardiloso ele é.

Saber que isso foi escrito pelo Toriyama é desapontador.



E o posição Hour Concur vai para...

"Por que não fazemos o Vegeta usar uma chupeta? Isso vai ser engraçadíssimo."

...Toei precisa de roteiristas melhores

Akira Toriyama teve uma participação muito mais ativa em DBS do que em DBGT. Enquanto no “GT” ele exerceu o papel de “supervisor”, em “Super” ele foi responsável pelos roteiros dos filmes que deram origem aos primeiros arcos da animação e elaborou os rascunhos iniciais das histórias seguintes (contendo os momentos chaves de cada trama). Embora a presença do autor fosse maior, no fim o anime sofreu com o mesmo problema de seu irmão mais velho: a dependência criativa do time de roteiristas da Toei Animation.

E meus caros leitores, este é o "calcanhar de Aquiles" de Dragon Ball Super.

Como vocês observaram ao longo do artigo, as adaptações de “A Batalha dos Deuses” e “A Ressurreição de F” foram desastrosas. Enquanto a divertida trama do primeiro perdeu grande parte da sua graça, a horrorosa trama do segundo conseguiu ficar ainda pior. Em termos de adaptação, foi um dos piores trabalhos que já presenciei do estúdio do Gato de Botas.

No caso dos rascunhos do Toriyama, cabia aos roteiristas da Toei preencher as lacunas, conectando um ponto chave a outro. Sendo bem justo, houve sim boas ideias vindas do estúdio (eu adoro o episódio filler de baseball), mas o trabalho entregue foi no máximo mediano. A mediocridade do texto fica ainda mais evidente quando comparamos os mesmos acontecimentos do anime com o mangá. Mesmo com uma narrativa que chega a ser mais direta em vários momentos, o resultado é INFINITAMENTE superior ao que acompanhamos na animação.

Um bom exemplo é o momento em que Goku vai recrutar o Androide 17 para o Torneio do Poder. Para convencê-lo a participar, o Sayajin diz que a Nº 18 e Kuririn também participarão. Ao saber da presença do cunhado, o guarda florestal decide participar já que tinha uma dívida com ele (na Saga Cell, Kuririn retirou a bomba do Dr. Maki Gero do corpo do Nº 17 com um dos desejos das Esferas do Dragão).

Uma solução simples, mas muito eficiente.

O anime até dá uma leve pincelada na questão da dívida, mas fica só nisso. A série enrolou por dois episódios até que o personagem aceitasse o convite. E o Androide só aceitou após o protagonista ajudá-lo a deter um grupo de aliens que planejava roubar os animais da ilha que ele protegia.

Sei que os capítulos do mangá saíram após a versão da série animada e entendo que animação precisa fazer a história render para termos um episódio, mas a questão que quero mostrar é que dava para entregar algo melhor. Se a Toei Animation pretende continuar investindo em Dragon Ball nesses moldes, ela precisa investir em roteiristas mais qualificados e que saibam explorar o cânone do negócio.

Até porque piadinhas do Vegeta usando chupeta e Goku "boca virgem" ninguém merece.



E a posição Meia Boca vai para...

Freeza e Goku disputando quem irá cruzar primeiro a linha de chegada.

...o estilo de animação de Dragon Ball Super

Simplesmente um dos pontos de maior controvérsia entre os fãs. E entrou em nossa posição “marromenos” porque isso não me incomoda tanto quanto os itens presentes na lista principal.

Antes de começar este artigo, perguntei para uma amiga que é designer (formada pela UTFPR) o motivo do estilo de animação de DBS destoar muito das três séries anteriores (DB, DBZ e DBGT). A explicação que ela me deu foi muito simples: enquanto os artistas de 30 anos atrás contavam com técnicas e ferramentas muito mais artesanais, os da atualidade contam com uma gama de possibilidades e recursos que nasceram com o advento dos computadores. Dragon Ball Super é animado através de técnicas de animação digital e isso lhe confere um acabamento diferente de seus antecessores.

É bem provável que esse estranhamento fosse amenizado se a Toei optasse por uma paleta de cores mais próxima das séries clássicas. Alguns artistas inclusive já fizeram isso, pegando algumas imagens do anime e inserindo as cores das paletas da fase Z. Particularmente, acho os personagens do “Super” meio “plastificados”.

Outro ponto bastante criticado foi a péssima qualidade de animação de alguns episódios, sendo o 5º o caso mais emblemático. Acho justo que os fãs exijam um produto com mais qualidade, mas ao contrário do que muitos acreditam, isso não é um problema exclusivo do “Super”. Dragon Ball Z possui vários episódios cuja animação parece produzida nas coxas.

Goku Super Saiyajin Cachopa

Os guerreiros Z impressionados com a luta entre Cell e Goku.

Estou até agora tentando qual é a pose do Goku.

Isso acontece porque a Toei Animation tem a política de terceirizar os episódios de suas séries mais longas. Dependendo do orçamento investido, uma leva de episódios pode ser produzida pelos melhores animadores do Japão ou por profissionais menos gabaritados. O 5º episódio, por exemplo, foi feito por uma subsidiária do estúdio nas Filipinas, o que diz MUITO sobre a verba investida no episódio.

Por fim, existe ainda a questão da amenização da violência. Isso é claramente uma decisão de cunho comercial. Atualmente, a Toei não produz Dragon Ball pensando apenas no mercado interno. Ela sabe que tem em mãos um produto que é adorado fora do Japão, logo ela faz algo que seja muito mais fácil de vender para os outros países.

Além de permitir que o produto possa ser exibido pela TV em mais faixas de horário, isso evita que uma distribuidora que não seja a 4Kids! realize cortes mais grosseiros no produto, como aconteceu com os episódios finais de Inuyasha exibidos pelo Cartoon Network.

Óbvio que adoraria uma animação mais retrô (ou até mesmo mais parecida com o estilo da abertura do Dragon Ball Z Budokai 3) e com um pouquinho mais de violência, mas isso para mim não é o mais importante em Dragon Ball. Além de algo minimamente coerente, eu prezo principalmente pela diversão.

E bem, o “GT” tinha violência e uma animação acima da média, mas era um porre.


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Muito bem meus caros leitores, este foi mais artigo da coluna NerdTop.

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