[Tirou do Baú] Black Kamen Rider

[Vitrine: Divulgação//Ishinomori Productions/Toei Company]

Pois é meus caros leitores e amigos, hoje é dia de voltarmos a falar de tokusatsu, um assunto que esteve presente em boa parte de minha terna infância e que há tempos não aparecia por aqui.

Neste novo artigo da coluna Tirou do Baú, trago a vocês nada menos que Black Kamen Rider, uma das melhores séries do gênero que a minha geração bando de velhos teve a oportunidade de acompanhar.

Sem mais delongas, bora ao que interessa!


Ficha Técnica

Black Kamen Rider (Kamen Raida Burakku, 1987 - 1988)
Ação | Aventura

Produção: Ishinomori Productions e Toei Company.
Temporadas: 1.
Episódios: 51.
Exibição original: MBS e TBS.
Exibição nacional: Rede Manchete e Band (apenas dois episódios, mas está valendo).
Streaming: Amazon Prime Video.

No dia 3 de abril de 1971, os japoneses presenciaram o surgimento de Kamen Rider (1971-1973), uma nova série de TV de ação/aventura assinada pelo ‘Rei do Mangá’ e cover do Reginaldo Rossi Shotaro Ishinomori e pela Toei Company. Trazendo um herói com a “aparência” de um gafanhoto pilotando uma moto envenenada, a jornada do jovem Takeshi Hongo (Hiroshi Fujioka) contra a maligna Organização Shocker caiu no gosto do público, rendendo a produção um total de 98 episódios. Eram apenas os primeiros passos de um dos grandes expoentes do gênero tokusatsu.

Nos anos seguintes, vieram Kamen Rider V3 (Kamen Raida Buisuri, 1973-1974), Kamen Rider X (Kamen Raida Ekkusu, 1974), Kamen Rider Amazon (Kamen Raida Amazon, 1974-1975) e Kamen Rider Stronger (Kamen Raida Sutoronga, 1975). Após um intervalo de quatro anos (uma estratégia para evitar um provável desgaste da fórmula), foram lançados Skyrider (Atarashi Kamen Raida, 1979-1980) e Kamen Rider Super-1 (Kamen Raida Supa Wan, 1980-1981). Os resultados da audiência não agradaram e mais uma vez as séries Rider entraram em um novo hiato.

Com o sucesso dos Super Sentai e o advento dos Metal Heroes, os Kamen Riders foram deixados de lado durante boa parte da década de 80. Em 1984, os heróis retornam no especial Birth of the 10th! Kamen Riders All Together!!, onde o Kamen Rider ZX foi apresentado. No entanto, o episódio não rendeu o suficiente para garantir uma série para o novato. Quando tudo indicava que a franquia cairia no esquecimento, Ishinomori e a Toei trouxeram uma nova proposta de renovação para os motoqueiros mascarados.

E assim nasceu Black Kamen Rider.


Moto que voa e flutua, da lua nua ao arranha-céu


Sr. Black e Shadow Moon, dois irmãos destinados a lutar.
[Imagem 1: Divulgação/Ishinomori Productions/Toei Company]

Um dia após completarem 19 anos, Issamu Minami (Tetsuo Kurata) e seu irmão adotivo Nobuhiko Akizuki (Takahito Horiuchi) são sequestrados pela seita Gorgom, um grupo com raízes sólidas nas mais altas camadas do poder japonês e que tem como objetivo principal a dominação global. Em razão de nascerem em um dia de um eclipse solar, os irmãos são os candidatos perfeitos para se transformarem em Sr. Black e Shadow Moon: dois seres destinados a lutar até a morte pelo título de Imperador Secular dos Gorgom.

No covil dos vilões, os jovens sofrem uma cirurgia onde são transformados em mutantes, cada um com um Kingstone (artefato que confere poderes ao seu usuário) implantada em seu corpo. Ao saber que ambos teriam suas memórias apagadas, o Professor Soichiro Akizuki (Kantaro Suga) se arrepende do pacto feito com o culto e interfere na operação, dando oportunidade para Minani escapar. Durante a fuga, o rapaz encontra a moto orgânica Patrol Hopper que o ajuda a escapar do local.

Chegando em Tóquio, ele é perseguido pelos três sacerdotes da seita – Danker (Shozo Iizuka), Baraom (Toshimichi Takahashi) e Pérola (Hitomi Yoshii) –, que conseguem capturá-lo com facilidade. Contudo, enquanto “ensinam boas maneiras” ao jovem, Issamu sofre uma mutação, transformando-o no poderoso Black Kamen Rider. Com suas novas habilidades e contando com o apoio de sua meia irmã Kyoko Akizuki (Akemi Inoue) e de sua cunhada Satie Kida (Ayumi Taguchi), ele enfrentará os Gorgom para proteger o planeta e salvar Nobuhiko.


HENSHIN!!!

"Kamen Rider...BLACK!!!"
[Imagem 2: Divulgação/Ishinomori Productions/Toei Company]

A nova aposta de Shotaro Ishinomori deu muito certo. Além de conquistar o público japonês, ela foi a lufada de ar fresco que os Riders tanto necessitavam. O grande sucesso garantiu a produção de Kamen Rider Black RX (Kamen Raida Burakku Aaru Ekkusu, 1988-1989), sequência direta da série no ano seguinte. Contando com o retorno de Tetsuo Kurata ao papel principal, a continuação não repetiu o mesmo desempenho da original, gerando uma nova crise para a franquia. Mas deixemos para falar sobre 'RX' em um outro momento.

Distribuída no Brasil pela Everest Vídeo e exibida pela finada Rede Manchete, a partir de 1991, a série foi muito bem recebida por aqui. Entre as pessoas que acompanharam a grande “Era dos Tokusatsus na TV Brasileira”, Kamen Rider Black só perde em prestígio para o trio O Fantástico Jaspion (Kyoju Tokuso Juspion, 1985–1986), Jiraya: O Incrível Ninja (Sekai Ninja Sen Jiraiya, 1988-1989) e Esquadrão Relâmpago Changeman (Dengeki Sentai Chenjiman, 1985–1986). E de fato, foi a popularidade do seriado que garantiu com que a continuação fosse adquirida pela Tikara Filmes anos depois.

‘Black’ foi o primeiro Kamen Rider a ser exibido no Brasil. Mesmo sendo mais uma obra de ação japonesa a abordar o eterno embate entre “bem vs mal”, ela trouxe consigo o fator novidade da franquia ‘Rider’ para os brasileiros. Para um público acostumado com as histórias de grupos de Super Sentai, guerreiros metálicos de Metal Hero e gigantes com traje de mergulho da Família Ultra, um herói com traje de gafanhoto cruzando as estradas em uma super moto era algo inédito por aqui.

Como vocês verão ao longo deste artigo, este não foi o único diferencial da série!

Patrol Hopper 🤝 Going Merry: deixar o espectador com o coração partido.
[Imagem 3: Reprodução/Ishinomori Productions/Toei Company]

A intenção de Ishinomori com Black Kamen Rider era criar uma sequência independente das demais séries ‘Rider’, de forma que não exigisse do espectador qualquer conhecimento das temporadas anteriores. Com a necessidade de revitalizar a marca, o ‘Rei do Mangá’ foi diretamente na fonte, trazendo vários conceitos narrativos usados na série original. E realmente, o começo da trama bebe muito da obra de 1971.

Da mesma forma que Takeshi Hongo, Issamu Minami era um homem comum que é raptado por uma organização maligna. Ambos recebem os seus poderes através dos vilões, são resgatados por cientistas arrependidos e escapam do covil pilotando uma moto. Seus benfeitores são assassinados por um Monstro Aranha e eles se transformam em Kamen Rider para enfrentar e derrotar a criatura (no caso de Issamu, eram CINCO Monstros Aranha).

Além de detalhes no enredo, o seriado compartilha de algumas características de seus antecessores: o protagonista possui um cinto que possibilita a sua transformação (que normalmente ocorre após o herói dizer “Henshin!!!”); um capacete com visual que remete a um inseto; uma moto especial para locomoção e combate e, o Rider Kick (uma super voadora) como golpe de finalização. Aliás, um ponto bastante significativo herdado pela obra foi a estrutura dos capítulos, onde a maioria é episódico; isto é, uma trama que se resolve no próprio episódio e comumente relacionada com o monstro da semana. Este foi o modelo que permaneceu ativo durante todas as produções da Era Showa (1971-1994).

Diante do que foi apresentado, não é nenhum absurdo afirmar que ‘Black’ foi um soft reboot para franquia. Inclusive, este foi um grande acerto da produção. Com a base da obra original em seu cerne e trazendo as principais características das antecessoras, a jornada do Sr. Black fez com que os japoneses voltassem a se interessar por Kamen Rider e, ainda, serviu como uma porta de entrada para novos espectadores. A questão da acessibilidade certamente foi muito importante para o sucesso da obra no Brasil.

Mas lógico que a série não foi um sucesso apenas por fazer bem o "arroz e feijão" da franquia. Ela trouxe novidades para o formato: a ausência do cachecol (um acessório quase que obrigatório para o personagem na época) e de tecido no traje de batalha; a presença de uma segunda moto (Lord Sector); a inexistência de crossovers com os heróis anteriores (uma clara estratégia para tornar a produção independente das demais e que RX fez questão de não seguir); e, um Rider como o grande antagonista (Shadow Moon).

Kyoko, Issamu e Satie, a grande base dramática de Black Kamen Rider.
[Imagem 4: Reprodução/Ishinomori Productions/Toei Company]

Black Kamen Rider foi um dos tokusatsus favoritos da minha infância. O visual do herói, a sua sequência de transformação e o uso das motos em combate foram pontos que me conquistaram logo de cara. E assim como aconteceu com grande parte da minha geração, os dois episódios iniciais me marcaram demais. Sei que o primeiro é o favorito de muitos, mas foi justamente o segundo que me conquistou. A festa no barco invadida por gafanhotos, Issamu fugindo desesperadamente do covil dos vilões, a assassinato de uma atriz ligada aos antagonistas e a luta contra o Monstro Mutante Leopardo em um depósito foram cenas que ficaram gravadas em minha memória de criança!

Um dos fatos que mais chamou atenção dos espectadores nesses capítulos foi a presença de um tom mais sombrio na história. Este clima é justamente um dos grandes diferenciais da produção. Entre os ‘Riders’ da Era Showa, ele é um dos mais soturnos, perdendo apenas para Shin Kamen Rider: Prologue (Shin Kamen Raida: Purorogu, 1992) com seus elementos de body horror. Mesmo não seguindo a linha Cronenberg, ‘Black’ é muito competente na elaboração de narrativas densas, usando e abusando do apelo dramático de seu enredo como a grande força motriz para esses momentos.

O seriado não decepciona no quesito drama, meus caros leitores. Todo arco dramático parte do mesmo evento que mobiliza a história principal: o sequestro de Nobuhiko Aizuki. Não bastando o fardo de ser o único capaz de enfrentar o Culto Gorgom, Issamu Minami se sente culpado por ter escapado sem o seu irmão adotivo. Este pesar é bastante evidente durante as suas interações com Kyoko e Satie, com vários momentos descontraídos mudando radicalmente de clima sempre que alguém se lembra do rapaz. A partir do despertar de Shadow Moon, a carga dramática fica ainda mais intensa. Antes com esperanças de que seria capaz de salvar seu irmão, Minami precisa encarar o fato de que terá que enfrentá-lo em um duelo mortal. O confronto final contra os vilões entrega os momentos mais dramáticos do seriado e os melhores episódios por consequência.

E olha que a Toei Company ainda teve a safadeza audácia de inserir alguns recaps nos finalmentes da bagaça!!! ... :P

Embora seja reconhecido pelas características descritas, ‘Black’ não é uma série densa durante 100% do tempo. Os episódios mais sérios – que correspondem aos dedicados à trama principal e alguns da primeira fase – são uma minoria (algo em torno de 39%). A maior parte da produção consiste em um clima mais ameno, com histórias mais leves (algumas até bem bobas) e com toda aquela tosqueira gostosa que o gênero tokutsatsu é capaz de entregar. Muitos se esquecem, mas a obra é destinada ao público infanto-juvenil.

É lógico que isso não impede que adultos possam assistir e se divertir com o seriado, mas não dá para assisti-lo esperando a densidade e a dramaticidade de um filme do Darren Aronofsky.

"GORGOM...IMPERDOÁVEL!!!"
[Imagem 5: Reprodução/Ishinomori Productions/Toei Company]

Ao rever ‘Black’ recentemente, chamou-me a atenção a mudança drástica na direção da obra após quinze episódios. Nesses primeiros, além de toda atmosfera soturna, temos a presença de aliados humanos dos Gorgom – pessoas com altos cargos e influência dentro da sociedade, com destaque ao Professor Ultraman Kuromatsu (Susumo Kurobe) – em papéis de antagonismo e poucas tramas envolvendo crianças. Com o avanço da história, o clima soturno fica cada vez mais esparso, os vilões humanos perdem espaço – especialmente após o surgimento de Taurus (Jun Yoshida) – e a molecada passa a ter mais espaço nos capítulos semanais. Até Issamu sofre mudanças, deixando de usar roupas com cores mais escuras e adotando um vestuário mais claro.

O grande motivo para essas alterações foi a saída de Shozo Uehara da função de main writter (algo equivalente ao ofício showrunner no Japão). Conhecido pelos trabalhos em Ultraseven (Urutora Sebun, 1967-1968), Gorenger (Himitsu Sentai Gorenja, 1975-1977) e Denziman (Denshi Sentai Denjiman, 1980-1981), ele ficou no posto até o 12º episódio quando foi substituído por Noboru Sugimura, até então um novato no gênero. Enquanto Uehara apostou em uma linha mais ousada, Sugimura seguiu uma abordagem mais segura afim de preservar a audiência. Sendo bem justo, há episódios bons e ruins sob a tutela de ambos, mas confesso que tenho muita curiosidade de como as coisas seriam se o veterano tivesse se mantido no cargo.

Falando em episódios, os melhores são aqueles onde a trama principal se desenvolve. Fora deste escopo, há alguns que conseguem se destacar, embora não sejam numerosos. Em ‘A Peste das Trevas’ (T01E05) temos um dos capítulos mais darks do programa, onde os cidadãos de um vilarejo têm a mente controlada pelo ritual do Monstro Mutante Bode cof cof satanismo cof cof; ‘Amigos pra Valer’ (T01E16) introduz o personagem Suda Ryusuke (Masaki Kyomoto), um dos melhores e mais úteis coadjuvantes da série; ‘No Fio da Navalha’ (T01E27), uma das tramas mais dramáticas fora do enredo principal, com Issamu correndo contra o tempo para ativar um gerador de energia para que um garoto possa realizar uma cirurgia cardíaca; ‘O Segredo do Karateca’ (T01E40) conta com uma trama bem bobinha e um dos trajes de monstros mais toscos da produção, mas possui uma das batalhas mais legais da série.

Há ainda casos de tramas que até apresentam ideias interessantes, mas que não vão a lugar algum. ‘Pesadelo Sem Fim’ (T01E24), a primeira história protagonizada por Satie, seria muito interessante se optasse por seguir o tema do monstro que desejava viver como um humano. Em vez disso, ele se transforma em uma grande salada de ideias desconexas, misturando o Monstro da Lagoa Negra, rapto de universitárias, androides exterminadores e crianças adultas superdotadas (?!!). Para piorar, a namorada de Nobuhiko passa a maior parte do capítulo desacordada; Em ‘Conspiração Negra’ (T01E31), temos um deputado aliado dos Gorgom usando um partido político para controlar as pessoas. Em certo ponto, eles conseguem colocar a opinião pública contra o próprio Kamen Rider. O problema é que todo o conflito é esquecido resolvido com a derrota do inimigo da semana.

De uma forma geral, a maioria das histórias fora do arco principal são bem questionáveis (isso porque nem comentei sobre a trama dos viajantes do tempo). É inegável que elas cumprem muito bem o objetivo de entreter o seu público-alvo (que não está lá muito ligado na qualidade do enredo), mas acredito que dava para fazer mais. Com a grande quantidade de capítulos com tramas fechadas, poderia oferecer mais espaço aos coadjuvantes e até mesmo trazer novas informações sobre eles. Introduzindo alguns episódios duplos, seria possível entregar enredos melhores e com mais tempo de desenvolvimento. Mas não, o seriado joga no seguro em grande parte do tempo, partindo para ousadia apenas no plot central.

"Desenvolver coadjuvantes? Bobagem, bora uma trama sobre uma criança possuída por um Monstro Bufalo. Vai ser sucesso demais!"
[Imagem 6: Reprodução/Ishinomori Productions/Toei Company]

Com relação aos personagens, Issamu Minami segue o arquétipo do herói solitário. Apesar dos momentos de descontração ao lado da meia-irmã e da cunhada, a culpa pela situação de seu meio-irmão e o fardo de ser o único capaz de enfrentar os vilões faz com que a sua jornada se torne algo bem mais pessoal (algo que os finais dos episódios costumam reiterar ao colocá-lo andando de moto sem rumo). Corajoso e determinado, ele não pensa duas vezes em agir em qualquer situação de perigo. Tetsuo Kurata entrega uma atuação decente, mandando bem nas cenas que exigem a sua revolta perante as maldades dos inimigos. Gosto muito da voz raivosa que ele usa para dizer “Henshin” e “Rider Kick”. E claro, não se pode esquecer do clássico “Gorgom...IMPERDOÁVEL!!!”.

Kyoko Aizumi e Satie Kida são as principais coadjuvantes da trama. A dupla é o principal porto seguro do protagonista, ajudando-o principalmente com as vítimas do Culto. Embora estejam presentes na grande maioria dos episódios, elas possuem pouquíssimos momentos de maior protagonismo. Enquanto Satie passa os seus momentos de destaque desmaiada ou mentalmente controlada (justiça seja feita, ela tem uma ótima cena no começo deste capítulo), Kyoko tem mais sorte com histórias que aprofundam a sua ligação com seus irmãos. No fim das contas, é preciso reconhecer o ótimo trabalho de Akemi Inoue e de Ayumi Taguchi. As duas mandam muito bem com o pouco que lhes é oferecido.

Por conta da natureza solitária do nosso personagem central, a obra não conta com tantos aliados recorrentes. Os maiores destaques nesse quesito são Suda Ryusuke e o Monstro Mutante Baleia. Na minha humilde opinião, o agente da Interpol de Masaki Kyomoto é outro que poderia ter tido mais espaço. Além da química em cena com Kurata, Suda se mostrou muito útil frente aos vilões mesmo sendo um “humano comum”. É uma pena que ele tenha aparecido em apenas dois episódios... enquanto as crianças adultas guerreiras da Tropa Juvenil participaram de três. Quanto ao mascote do Santos Baleião, o bicho não é lá muito útil em combate na real ele é bem fracote, mas ele ajudou a salvar a vida do Sr. Black e tem o desejo de proteger a vida marinha. Impossível não se afeiçoar a ele!!!

Kamen Rider não seria Kamen Rider sem a presença das motos. Patrol Hopper é a principal motocicleta da série. Criada para o futuro Imperador Secular, ela é uma criatura biomecânica dotada de consciência, o que faz dela a principal companheira do Sr. Black frente aos antagonistas. E assim, é de admirar como a produção conseguiu conferir uma personalidade à Hopper. Ela é tão personagem na história quanto Issamu, Kyoko ou Satie, a ponto de nos importarmos com o seu trágico destino. Já Lord Sector é o completo oposto à sua “parceira”. Introduzida em ‘Máquina Lendária’ (T1E12), ela conta com um supercomputador embutido em sua estrutura e é capaz de atingir velocidades altíssimas. Sector é a moto mais poderosa de Black, ajudando a reverter a situação de vários combates ao longo de sua jornada. E apesar de demonstrar consciência em alguns momentos, ela não possui uma personalidade.

Se vocês dois dos cinco únicos leitores que me acompanham estão se perguntando qual é a minha favorita, é óbvio que é a Patrol Hopper. Além de carismática, o design é muito mais bonito e limpo do que o da Lord Sector (que convenhamos, é um belo de um trambolho!).

Não é por nada, mas até a moto do Taurus é mais estilosa que a Lord Sector.
[Imagem 7: Reprodução/Ishinomori Productions/Toei Company]

Com nossos heróis apresentados, chegamos a um momento que estava ansioso para discutir: os três sacerdotes da Seita Gorgom, os grandes vilões durante grande parte do tempo. Apesar da grande importância do trio para o enredo, o tokusatsu não oferece oportunidades de desenvolvimento para eles. Pelo que é mostrado, é possível pegar características bem pontuais como Danker ser o líder desprovido de altura, Baraom o mais cabeça quente e dono das piores máscaras, e, Pérola a risada mais irritante mais atrevida/confiante. Particularmente, o que mais me chamou a atenção é o fato de uma seita maligna presente no planeta há milênios e com raízes sólidas nas mais altas camadas da sociedade japonesa... ser administrado por três incompetentes!!!

Além de colocarem em ação planos bem estúpidos, em alguns momentos eles são os responsáveis pelo próprio fracasso. O caso mais clássico acontece em ‘O Túmulo de Kamen Rider’ (T01E20). Os três encurralam Issamu em uma armadilha em um plano bem idiota, diga-se de passagem, onde eles têm a melhor oportunidade de todas para vencê-lo, mas uma falha de Danker liberta a Patrol Hopper e coloca tudo por água abaixo. Esses fracassos ao menos geram situações bem engraçadas com o Taurus dando uns rolês no covil só para tripudiar da incompetência do trio de patetas. E o mais engraçado é ver que o Jun Yoshida está realmente se divertindo nas cenas.

Aliás, o guerreiro é o grande peixe (ein ein ein?) fora d’água do seriado. A trama até apresenta um contexto interessante dele ser um candidato a Imperador Secular de 30 mil anos atrás que foi selado por ser um sujeito problemático, só que a aparência que deram a ele não casa com o estilo dos antagonistas. Ele seria um personagem perfeito no elenco de um Super Sentai ou até mesmo de um Metal Hero, mas ali ele ficou parecendo aquele amigo que faz cosplay de Naruto em um baile de formatura. Mas, verdade seja dita, Taurus é de longe o inimigo que dá mais trabalho ao nosso Kamen Rider. Os seus planos não são lá grandes coisas (afinal ele é um Gorgom apesar de tudo), mas no combate ele faz o herói penar durante toda a sua participação.

Como vocês já devem imaginar, o melhor vilão de ‘Black’ é nosso icônico Rider DO MAL, Shadow Moon. Cruel e ambicioso, até personagem demora um pouco para entrar em cena – ele só surge em ‘O Herdeiro Imperial’ (T01E35) – mas quando finalmente aparece, ele não perde tempo em mostrar o seu cartão de visitas mandando Taurus para a vala, persuadindo Kyoko e Satie a ficarem do seu lado, enviando os três sacerdotes (agora transformados em monstros) tocarem o terror na cidade e surgindo para Issamu para desafiá-lo para a porrada.

Após esta demonstração de poder, ele passa vários episódios totalmente estático em sua base enquanto acompanha os “brilhantes” planos de seus comandados ao lado de suas Shadow Moonzetes (que surgem do nada). Quando o roteiro se lembra que pode usá-lo, temos ‘A Morte de Kamen Rider’ (T01E47), onde ele mata Black com seu Sabre Satan (e com uma ajudinha do Grande Rei, é verdade), forçando a sua irmã e a sua namorada fugirem do Japão. Não satisfeito, alguns episódios depois é a vez da Patrol Hopper (nãooooooo!!!!) sucumbir perante suas mãos. E mesmo com a sua derrota, ele usa seus últimos momentos para desgraçar a cabeça do nosso protagonista com um discurso bem cruel.

Ok, a sua última ação foi enviar o Sabre para que o herói conseguisse vencer o Rei Gorgom...mas convenhamos, isso não o absolve de seus pecados tanto que teve que aparecer em RX como punição.

Pérola, Danker e Baraom Moe, Larry e Curly.
[Imagem 8: Divulgação/Ishinomori Productions/Toei Company]

A Toei Company não poupou esforços em tornar Black Kamen Rider um grande sucesso, dedicando ao projeto a melhor produção técnica possível da época. Em comparação com as antecessoras, é visível o salto técnico que temos em ‘Black’. ‘A Metamorfose’ (T01E01) é bom exemplo dessa dedicação. De acordo com Tetsuo Kurata, o piloto levou cerca de um mês para ser filmado, onde dez dias foram dedicados à cena de fuga de Issamu Minami na noite de Tóquio. Roteirizado por Shozo Uehara e dirigido por Yoshiaki Kobayashi, o piloto é considerado por muitos fãs como um dos grandes clássicos do gênero.

Falando em apuro técnico, é inaceitável não comentar o quão fantásticos são os trajes do Sr. Black e de Shadow Moon. Além de visualmente incríveis, as duas vestimentas são bem diferentes entre si. Enquanto a do herói parece o exoesqueleto de um inseto com a epiderme de um gafanhoto exposta nas juntas, a do vilão é uma armadura metálica e fria (que encaixa com a própria personalidade do personagem). A sequência de transformação em Kamen Rider é outro show à parte. Os punhos cruzados cheios de fúria do protagonista, a sequência de flashs de luz do Kingstone capazes de causar um ataque epilético e a fumaça saindo das articulações ao final da pirotecnia. Certamente uma das minhas transformações favoritas em tokusatsus.

Enquanto em muitos pontos a Toei buscou se reinventar, nos monstros enfrentados por 'Black' ela optou por uma abordagem mais segura. Aqui não há bizarrices do nível "Hitler Estrela do Mar" de Kamen Rider X, mas ameaças baseadas em animais, insetos e plantas. O nível dos trajes das criaturas varia bastante. O Monstro Bode, Rinoceronte, Vespa, o simpático Monstro Baleia e a versão monstruosa de Danker são bons exemplos onde a produção acertou. Já o Monstro Gato Negro, Salamandra, Mosca e Morcego são tão ruins que parecem terem saído de uma produção do Roger Corman.

Diferente dos inimigos enfrentados pelo Sr. Black, não há o que reclamar da parte musical. Substituindo o experiente Shunsuke Kikuchi (compositor oficial da franquia até então), Eiji Kawamura trouxe uma trilha sonora que entrega com muita competência o sentimento que cada cena exige. Para os momentos de tensão? Seiki ou Dassou e Akuma no Tsuigeki. Precisa de emoção para as cenas? Tsuioku e Moeru Omoi. Necessita de melancolia? Kodoku. Quer destacar a vilania dos Gorgom? Jaaku No Shinden e Sakubou. O monstro da semana apareceu? Semari Kuru Kaijin e Zettaizetsumei!. É hora do Rider entrar em ação? Henshin! e He Low Toujou. Ele venceu? Só colocar Gaika e show!

Em parceria com Ryudo Uzaki, Kawamura ainda participou da composição dos temas de abertura (Kamen Rider Black, interpretado pelo próprio Tetsuo Kurata) e de encerramento (Long Long Ago, 20th Century, com Norio Sakai no vocal), com letras assinadas por Yoko Aki. E bem...nada contra os dotes musicais do Kurata (acho até bem ok), só que prefiro o tom melancólico da música cantada por Sakai. A produção ainda conta com várias insert songs em seu acervo. Com a grande maioria interpretada por Igarashi Toshiya, as mais memoráveis são Black Hole Message, Black Action e Henshin! Rider Black. Enquanto a letra da primeira é também assinada por Yoko, as demais são contribuições do próprio Ishinomori.

Na moral, a sequência de transformação com ‘Henshin! Rider Black’ é simplesmente épica! *___*

Baleião é muito amor! 💓
[Imagem 9: Reprodução/Ishinomori Productions/Toei Company]

A versão brasileira foi realizada no finado estúdio Álamo. Entre os nomes presentes no elenco, os grandes destaques ficam por conta de Élcio Sodré (Shiryu em Cavaleiros do Zodíaco) como Issamu/Kamen Rider e Francisco Brêtas (Hyoga em Cavaleiros do Zodíaco) como Nobuhiko/Shadow Moon. Apesar de gostar das frases “sangue nos olhos” do Kurata, acredito que o Sodré agrega muito ao personagem em sua interpretação, tanto no lado heroico quanto no dramático. Quanto a Brêtas, ele simplesmente destrói no papel do Rider DO MAL. Masaki Terasoma que me perdoe, mas a minha versão definitiva do vilão faz “Execução Aurora”.

Além da dupla de bronze (ein ein ein?), é preciso destacar o trabalho de Rosana Perez (Keiko/Pink Mask em Maskman) como Kyoko, Rosa Maria Baroli (a Erina em Jojo’s Bizarre Adventure) como Satie. A frente das personagens com a maior carga dramática da história, a dupla não fez feio e entrega um trabalho bem competente. Ricardo Nóvoa, José Parisi Júnior e Patrícia Scalvi também mandam muito bem como Danker, Baraom e Pérola respectivamente. De uma forma geral, a minha única crítica à dublagem é um detalhe bem específico: a voz da atriz que fez a criança no capítulo ‘O Túmulo de Kamen Rider’ (T01E20) não combinou na personagem. E sendo bem sincero, ficou algo beeeem esquisito...

O texto do tokusatsu contou com várias adaptações. Particularmente, mudanças como Sr. Black (Black Sun no original), Golpe Insectus (Rider Punch no original) e Golpe Louva-Deus (Rider Kick no original) foram boas sacadas por parte dos envolvidos, apesar de não serem traduções literais. Patrol Hopper (Battle Hopper no original), Lord Sector (Road Sector no original), Pérola (Bishum no original) e Danker (Darom no original) não foram escolhas sensacionais, mas são aceitáveis. Entretanto, Issamu (Kotaro no original), Satie (Katsumi no original) e Taurus (Bilgenia no original) são bem questionáveis. Sério, com relação aos dois primeiros, qual a intenção de trocar nomes nipônicos... por outros nomes nipônicos?! E quanto ao Gorgom, com aquele capacete que lembra um PEIXE, onde é que viram um TAURINO?

Acho que a maior bola fora da adaptação foi na mudança do relacionamento de Satie Kida com Nobuhiko Aizuki. Por aqui, eles deixaram de ser um casal de namorados para serem apresentados como irmãos. Tudo bem que o enredo não é lá muito competente em explorar esta relação; contudo, nos breves momentos em que ele o faz, as cenas em nosso idioma perdem muito da sua carga dramática. Vide a cena inicial em ‘Os Céus de Yubari’ (T1E37), onde Satie sente inveja da felicidade da amiga que está se casando. No contexto da versão brasileira, todo sentido desta sequência acaba se perdendo.

Curiosamente, a série contou com dois títulos em território brasileiro. Enquanto nas peças de marketing a produção era referida como Blackman, quem assistiu o seriado o conhece pelo nome Black Kamen Rider.

Algo me diz que faltou um pouco de comunicação entre as partes nesta história.

"Sr. Black, prepare-se para experimentar o zero absoluto....PÓ DE DIAMANTE!!!"
[Imagem 10: Reprodução/Ishinomori Productions/Toei Company]

O seriado não teve o seu último episódio exibido pela Manchete. E não, não foi por má vontade da emissora. Pelo que pude apurar em artigos do JBOX e no Toku Blog, os episódios eram adquiridos através de fitas masters que tinham a capacidade para armazenar um número par de episódios. Como a obra possui 51 episódios, a Everest Video não quis arcar com os custos de uma fita com um único episódio. Consequentemente, o capítulo final não foi dublado pela Álamo e os fãs brasileiros ficaram a ver “gafanhotos”. :P

E como é a conclusão da série?

Diria que é um ótimo final contido em um episódio que poderia ser melhor. A primeira metade dele é sensacional: Black se vinga da morte do Monstro Baleia, vence o duelo decisivo contra Shadow Moon e ainda tem tempo para dar cabo do Grande Rei Gorgom (que é apenas um coração de espuma flutuante..., mas ainda é o grande culpado por todas as desgraças). O problema é que a segunda metade é uma grande recapitulação, repetindo as mesmas cenas que já vimos pelo menos umas 200 vezes no seriado (sim, estou falando daquele “passeio feliz na lancha”). Apesar do banho de água fria que é esse recap, o final é muito bom. Issamu Minami finalmente vence a batalha contra o culto maligno, mas termina completamente só, confirmando a sina do que é ser um homem mutante.

Em 2020, com a paralisação de todos os eventos esportivos por conta da pandemia de covid-19, a Bandeirantes firmou uma parceria com a Sato Company e passou a exibir para alegria da velharada Jaspion, Jiraya e Changeman durante as manhãs de domingo. Com o fim do metal hero prateado favorito dos brasileiros, Black Kamen Rider foi anunciado como o seu sucessor no bloco. Na mesma época, veio também a notícia que o último episódio estava sendo dublado no estúdio Centauro, contando com os retornos de Élcio Sodré e Francisco Brêtas.

Mas a exibição da série durou apenas um fim de semana. Com problemas relacionados aos direitos conexos relativos a Sodré, ‘Black’ saiu de cena e Jaspion retornou ao bloco no domingo seguinte. E com o retorno dos eventos esportivos, a Band extinguiu o bloco, finalizando assim o breve retorno do herói à TV Aberta. Posteriormente, a Sato lançou a série completa (legendada em português) no catálogo da Amazon Prime Video. E assim, finalmente o episódio final chegou oficialmente ao Brasil.

Black Kamen Rider com toda certeza merece o carinho do público. Se para nós foi uma novidade em termos de tokusatsu e de abordagem de enredo, para os japoneses foi um respiro mais que bem-vindo aos Riders (que não durou muito tempo graças a vocês sabem quem :P). O seriado poderia ser ainda melhor com tramas paralelas melhores (sério, elas cansam) e com a permanência de Uehara no cargo (a questão dos humanos aliados aos Gorgom poderia render mais), mas o saldo final ainda é bem positivo.

Aliás, é válido lembrar que estamos próximos do lançamento do reboot do Sr. Black. Com Hidetoshi Nishijima – o astro do oscarizado Drive My Car (Doraibu Mai Kâ, 2021) - assumindo o papel de Issamu Minami e Tomoya Nakamura como Nobuhiko Aizuki, Kamen Rider Black Sun (2022) será uma produção voltada para maiores de 18 anos com a promessa de uma forte discussão sociopolítica em seu enredo.

Para aqueles que anseiam por tokusatsus voltados para o público adulto, eis a grande oportunidade. 😉


PS: Sei que muitos têm carinho pelo tema brasileiro da série (“Moto que voa e flutua, da lua nua ao arranha-céu”) interpretado pelo cantor Toninho Ghizzi. Sendo bem franco, não tenho o mesmo sentimento pela versão. Gosto muito mais das adaptações feitas nos temas do RX e de Solbrain.

PS2: No quesito efeitos visuais, 'Black' contava com o melhor que se poderia ter para as produções da época. Ou seja, muitas explosões em pontos específicos dos cenários (alguém disse Pedreira da Toei?), faíscas saltando na tela, pedras de isopor, sobreposição de imagens, reciclagem de cenas e muitas outras coisas que aos olhos de hoje soam bem toscas. Mas apesar dos pesares, tenho mais apego a esses efeitos mais artesanais do que nos efeitos em CGI.

PS3: Apesar de ter usado o título Black Kamen Rider ao longo de todo texto, eu prefiro Kamen Rider Black. Apesar disso, optei por usar o primeiro no artigo pois foi o nome adotado no Brasil durante a exibição da série.

PS4: Enquanto publico este artigo, estou assistindo Kamen Rider W (Kamen Rider Daburu, 2009-2010), a minha primeira série da Era Heisei. Até o momento, tem sido uma experiência muito bem agradável.


Algumas Curiosidades
  • Além dos nomes citados, o elenco nacional também contou com participações pontuais de Flávio Dias, Nair Silva, Ézio Ramos, Walter Breda, Cecília Lemes, Letícia Quinto, Wendel Bezerra, Carlos Laranjeira, Tatá Guarnieri, Maximira Figueiredo, Ronaldo Artinic, Zezinho Cutolo (a voz de 8 de 10 crianças de tokusatsus no Brasil) e muitos outros;
  • A narração do seriado ficou a cargo de Luiz Antônio Lobue;
  • O mangá de Black Kamen Rider foi escrito e ilustrado pelo próprio Shotaro Ishinomori. Publicado na Weekly Shonen Sunday entre os anos de 1987-1988, a versão em quadrinhos é muito mais densa (e violenta) que a série live-action;
    • A HQ foi lançada no Brasil pela NewPOP, rendendo um total de 3 volumes;
  • Patrol Hopper foi produzida a partir de uma Suzuki RM250 (um modelo off-road) enquanto Lord Sector foi a partir de uma Suzuki GSX-R400. Aliás, a moto normal de Issamu é justamente uma GSX-R400;
  • O papel de Issamu Minami foi decidido através de uma audição aberta. Takahito Horiuchi, o Nobuhiko Aizuki, fez o teste para o protagonista;
  • Jouji Nakata, o vilão Kaura de Flashman, participou do episódio ‘Os Rebeldes’ (T01E10);
  • Hiroko Nishimoto, a Sayaka Nagisa/Change Mermaid de Changeman, participou do episódio ‘Boneco Assassino’ (T01E29);
  • Mayumi Yoshida, a Lou/Pink Flash de Flashman fez uma ponta no episódio ‘Os Céus de Yubari’ (T1E37);
  • 'Black' foi a penúltima série de Kamen Rider a seguir um modelo episódico. A partir de Kamen Rider Kuuga (Kamen Raida Kuga, 2000-2001), a franquia passou a adotar o modelo de capítulos com tramas sequenciais;
  • Para a exibição na Band, um novo tema de abertura chegou a ser produzido com Ricardo Cruz nos vocais, mas ela acabou não indo ao ar no único domingo que a série foi exibida (vocês podem conferir o tema na seção Vídeos);
  • Em 15 de abril de 1988, foi lançado Kamen Rider Black: Taiketsu Shadow Moon, o jogo oficial da série para o Nintendinho. Sendo um game de plataforma com elementos de Beat 'em Up, ele não foi lançado no mercado ocidental.

Vídeos


Abertura com tema brasileiro exibido na Manchete.


Abertura com o tema original (Kamen Rider Black).


Encerramento com o tema original (Long Long Ago, 20th Century).


A nova versão brasileira da abertura (e que não foi ao ar) cantada por Ricardo Cruz.


Cover de Ricardo Cruz do tema de abertura original.


Chamada da Sessão Super Heróis, bloco de tokusatsus da Manchete.

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Meus caros leitores, este foi mais artigo da seção Tirou do Baú.

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