[Crítica] Os Cavaleiros do Zodíaco: A Batalha do Santuário


E quem disse que o NA~ só tem crítica para filmes?

Hoje trago a vocês uma crítica atrasada (afinal essa é nossa especialidade) de um jogo que foi lançado no meio deste ano em nosso Brasil Varonil. Estamos falando de Os Cavaleiros do Zodíaco: A Batalha do Santuário.

Baseado na criação mais famosa do mangaká Masami Kurumada, Os Cavaleiros do Zodíaco - A Batalha do Santuário (Saint Seiya - The Sanctuary Battle ou simplesmente Saint Seiya Senki) é um jogo exclusivo para Playstation 3 de Beat'em up, lançado no Japão no final de 2011 e - por incrível que pareça - lançado oficialmente no Brasil em maio deste ano.

O enredo do game foca o momento decisivo da Saga Santuário, a Batalha das 12 Casas do Zodíaco. Caso você, caro leitor, tenha conseguido a façanha de não fazer IDEIA do que estou dizendo, eis aqui um breve resumo deste momento:
"Para salvar Saori Kido (a reencarnação da deusa Athena), alvejada por uma das flechas douradas de Tremy de Flecha, os Cavaleiros de Bronze - Seiya, Shiryu, Shun, Hyoga e posteriormente Ikki - precisam atravessar as 12 Casas do Zodíaco, cada uma guardada por um Cavaleiro de Ouro, afim de chegarem a tempo ao salão do Grande Mestre, o único homem capaz retirar a flecha cravada no ventre de Saori."

Soldados Capengas...Soldados Capengas em todos os lugares!
O modo história apresenta dois tipos de estágios: o percurso entre as casas e o combate contra o Cavaleiro de Ouro da vez. Os estágios de percurso seguem o modelo de pancadaria estabelecido pela série Dinasty Warriors, ou seja, o seu personagem (com o poder de um tanque de guerra) massacrando saindo na porrada contra vários soldados capengas inimigos na tela enquanto atravessa a fase. Antes de entrar na casa em questão, haverá um chefe de fase a ser vencido.

Já nos estágios dentro das Casas Zodiacais, a dinâmica é outra. Não há mais soldados do santuário pelo caminho, restando apenas um único e poderoso Cavaleiro de Ouro que irá dar muito trabalho ao jogador. Para se ter ideia, golpes normais não fazem nem cócegas nos guerreiros dourados, enquanto um peido deles é o suficiente para derrubar o personagem. E como se isso já não fosse o bastante, em certos estágios é necessário vencer o inimigo mais de uma vez.

Na jogabilidade, os personagens contam com seus principais ataques especiais e combos formados através da combinação de golpes médios e fortes. A cosmo energia, principal fonte de energia dos cavaleiros em Saint Seiya, também está presente no jogo. Através da concentração de cosmo, é possível momentaneamente elevar os valores de ataque, defesa e elevação do cosmo.

Queimando o cosmo acumulado, é possível se movimentar mais rápido, desferir combos mais poderosos e ataques especiais ainda mais poderosos. Outro importantíssimo recurso é o 7° sentido que, como explicado por Mu de Áries no inicio das 12 Casas, é o dom que pode igualar os guerreiros de Bronze aos Dourados. Além de possibilitar golpes mais poderosos, o sétimo sentido permitirá o personagem a se esquivar de ataques antes indefensáveis (como a Agulha Escarlate do Milo de Escorpião).

Máscara da Morte matando uma barata nas costas do Shiryu
Além do modo história, o jogo ainda apresenta um modo de missões onde é possível jogar os estágios do modo história com outros personagens (sim, vocês podem jogar com os Cavaleiros de Ouro :D). Outras possibilidades do modo de missões incluem um modo cooperativo, onde dois jogadores encaram uma batalha contra um cavaleiro de ouro e uma horda de inimigos; e um modo de sobrevivência, onde um jogador enfrenta hordas e hordas de inimigos enquanto ainda estiver de pé.

O jogo ainda oferece a possibilidade de fortalecer os personagens jogáveis através do acumulo de experiência recebida ao final de cada estágio. A cada nível atingido, os personagem tem seus atributos aumentados, aprendem novas combinações para combos e também recebem o direito de habilitar uma nova habilidade. Além do XP, o jogador também recebe Pontos de Cosmo que podem ser usados para comprar habilidades, aumentar atributos e fortalecer os ataques especiais.
"Ok sabichão, você descreveu as possibilidades que o jogo trás, mas até agora não disse se ele vale ou não a pena."
Se você é um gamer exigente e, principalmente, não vê graça em Cavaleiros do Zodíaco, este não é o seu jogo. Por outro lado, se você é fã da franquia, seja de longa data (desde 1994, quando o anime virou febre por aqui) ou não, você possui a obrigação de jogar A Batalha do Santuário.

E sim, este é o melhor jogo já feito para a franquia!

Até no jogo o Seiya é saco de pancadas!
A imersão que o jogo causa ao fã é algo comparável ao que faz a série Budokai Teichaichi aos fãs de DragonBall. Seja por um ataque desferido durante o sétimo sentido ou por um Cólera do Dragão rasgando a fuça do Máscara da Morte, o jogo sempre demonstra algum elemento capaz de inserir o jogador dentro do universo de Saint Seiya. Por exemplo, a cada vez que o cavaleiro do jogador é humilhantemente derrotado, na tela de continue aparecerá a imagem de um aliado (a Saori, por exemplo) tentando motivar o personagem a não desistir da batalha. Momentos como esse são extremamente frequentes no desenho/manga. =D

Responsável pela excelente transposição da trama das doze casas para o jogo, a Namco Bandai também tomou a liberdade para acrescentar algumas modificações. O caminho entre as Casas não são formados apenas por extensas escadarias como era no anime/manga. Agora é possível percorrer percursos extremamente acidentados, atravessar construções em ruínas e outras totalmente inteiras. E todos os caminhos são guardados por centenas de soldados do santuário, dispostos a serem surrados pelo jogador. Além dos caminhos, o interior de todas as casas também sofreram alterações, recebendo um visual mais característico ao guerreiro que protege aquela posição.

Em relação aos gráficos, eles não exploram (como um God of War III, por exemplo) o grande potencial que o console da Sony tem a oferecer, mas não significa que seja ruim, muito pelo contrário. Se compararmos com os dois jogos de luta que a franquia ganhou no PS2, a melhoria gráfica é gritante. Em relação aos dois jogos, a versão do PS3 tem cenários mais detalhados, bem como personagens e armaduras melhor com uma renderização muito melhor. Outra grande diferença são as cores, que na versão atual ganharam muito mais vida, apesar das armaduras terem um brilho até um tanto quanto exagerado.

Ikki fazendo pose de fodão
Se em alguns detalhes houve capricho por parte da Namco Bandai, o mesmo não se pode dizer de alguns quesitos, como os chefes dos percursos, por exemplo. Nos dois primeiros percursos, os inimigos finais são respectivamente Cassius (que só apareceria na Casa de Leão) e o viadinho Misty de Lagarto (um Cavaleiro de Prata que havia sido morto por Seiya). Apesar de ambos não aparecerem nos mesmos locais na história original, no jogo isso funcionou muito bem, sem contar na expectativa de qual será o próximo oponente.

O problema é que após Misty, todos os chefes são Cavaleiros Negros, ou seja, versões dark dos heróis. Por mais que eles realmente existam no universo de Saint Seiya, a maneira como são usados no jogo foi uma solução extremamente preguiçosa para não ter que programar e modelar novos personagens (como outros Cavaleiros de Prata). E pior, durante o modo história, o jogador chega a enfrentar pelo menos duas versões negras de cada um dos guerreiros de bronze principais. ¬¬

Outro ponto fraco de A Batalha do Santuário - e muito presente em games do gênero - é o replay. Jogos de beat'em up costumam ser repetitivos, e este não foge a regra. Apesar de uma extensa seleção de personagens jogáveis, a maioria dos inimigos são soldados do santuário sem muita variação. E para piorar, os modos cooperativo e de sobrevivência que poderiam dar uma vida extra a diversão possuem pouquíssimas fases.

Porra Aldebaran, nem do Seiya SEM ARMADURA?!!
Mas apesar dos problemas, Os Cavaleiros do Zodíaco - A Batalha do Santuário representa uma grande vitória do mercado brasileiro de jogos. Isso porque estamos falando de um jogo de uma franquia super popular que chegou oficialmente no país enquanto países como Estados Unidos nem virão a cor da caixinha do Blu-Ray. Logo, isso é uma iniciativa do nosso mercado que precisa ser aplaudida.

A versão brasileira do jogo recebeu um trabalho caprichado, sendo inteiramente traduzida em português, com todos os golpes especiais recebendo o devido cuidado. Para os otakus puritanos e chatolinos, o áudio do jogo é japonês...mas sinceramente, bem que poderia ter a versão dublada em português. Com toda certeza, se pudéssemos ouvir no jogo o Hermes Baroli gritando "Meteoro de Pégaso", o replay seria bem maior.

Enfim, Os Cavaleiros do Zodíaco - A Batalha do Santuário é um jogo que apesar dos defeitos, precisa ser jogado e apreciado pelos fãs da franquia. E particularmente, se os responsáveis pelo jogo resolverem lançar o áudio dublado como uma DLC na PSN, eu faço questão de baixar. :D

Nota: 7 (caso você seja fã) e 5 (caso você não seja).

PS: a PSN BR possui várias DLCs acrescentando novos personagens a um preço de R$ 10,99. Não é barato, mas já é alguma coisa. =P

Trailer:



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1 Comentários

  1. na verdade a frase mais legal que poderia existir em uma dublagem do áudio seria: "MOOORRRRRRRRA SEEEEYAA" aheuiaheuiaheiuahiuehaiuehaiuehuiaheiu

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