[Penso, Logo Digito] Os Jogos da Minha Vida | Parte II

[Vitrine: Photo by Curtis Berry on Unsplash]

Quando escrevi a primeira parte do artigo Os Jogos da Minha Vida, comentei que o plano original era contar com a presença de 10 jogos, porém decidi dividir o artigo em dois pois notei que o texto estava ficando grande demais. Levou um ano e quase três meses, mas cá estou eu para resolver esta ponta solta. Sim, meus caros leitores! Hoje trarei a vocês a segunda parte da série que iniciei em 2023, com mais cinco jogos que fizeram a minha alegria como jogador de videogame.

Se no primeiro texto o foco foi em jogos da Nintendo (mas especificamente do Super Nintendo), aqui teremos apenas títulos que conheci graças aos consoles da Sony (com grande predominância do Rei dos Piratas PlayStation 2). Assim como no texto original, os jogos serão abordados em ordem de lançamento.

Pois bem, vamos aos games!

Legend of Legaia

Os gráficos dataram bem, mas Legend of Legaia continua um senhor jogão.
[Imagem 1: Reprodução/Prokion Ltd]

Ano de Lançamento: 1998.
Desenvolvedor: Prokion Ltd.
Gênero: RPG.

Quando optei pelo Nintendo 64, o meu contato com os jogos PlayStation original se deu através de emulação e, principalmente, de amigos. Graças a eles, pude ter acesso a várias pérolas que não encontraria no console do Mario. Legend of Legaia foi uma delas.

Tal qual o Super Nintendo, o PlayStation foi uma plataforma recheada de excelentes RPG’s. Gosto muito de Final Fantasy VII, Chrono Cross, Xenogears...mas foi justamente “Legaia” o título que mais me cativou. Curiosamente, ele me foi apresentado pelo mesmo amigo que me viciou introduziu ao RPG de mesa. Após assisti-lo com o jogo em várias oportunidades, ele me ofereceu um save do seu Memory Card para que eu pudesse jogar. Fiz uns 90% da campanha, mas não a terminei porque este amigo precisou mudar de cidade...e porque nos momentos finais dei muito mais atenção para Harvest Moon: Back to Nature.

Mas essa história fica para um outro artigo.

O grande diferencial desse game para mim está no sistema de batalha. Seguindo o padrão de combate por turnos, ele permite que o jogador personalize os ataques físicos dos membros do grupo. Cada um dos personagens - Vahn, Noa e Gala - possui uma quantidade x de golpes por turno (o número vai aumentando com o passar dos níveis). A montagem do combo consiste na escolha de quatro tipos de ataque: um com arma, um com Ra-Seru (uma arma viva que cada personagem tem em seu antebraço), um golpe alto e um golpe baixo. Cada protagonista possui uma lista própria de golpes especiais chamados Arts que exigem uma certa sequência de comandos para serem executados. Com o avanço da campanha, o trio obtém os Hyper Arts e, mais próximo dos finalmentes da trama, os Miracle Arts.

Por mais que o jogador normalmente escolha por usar um Art em vez de uma série de chutes na canela golpes aleatórios, a possibilidade de personalizar os ataques físicos é algo muito maneiro. Com exceção de Xenogears, não me recordo de outro título que possua um recurso semelhante. Falando em personalização, este foi o primeiro JRPG que vi a troca de equipamento (armas e armaduras) refletir na aparência dos personagens. Tudo bem que isso era apenas durante os combates, mas já era alguma coisa.

A pegada Mon do sistema de magias foi outro aspecto que me chamou a atenção. No game há certas criaturas que podem ser “capturadas” através do Ra-Seru dos personagens. Quando invocados, os monstros podem realizar uma ação relacionada com o seu elemento. Quanto mais um monstro é usado, mais níveis ele obterá e mais forte será a sua ação. É lógico que não dá para esperar destas mecânicas a mesma complexidade de um Pokémon ou de um Monster Hunter da vida, mas é de se admirar o esforço dos desenvolvedores em criar alternativas bem diversificadas para os combates.

Sendo bem sincero, Legend of Legaia sofreu demais com os efeitos do tempo. Tanto os gráficos poligonais ingame quanto as cenas em computação gráfica envelheceram MUITO MAL. Dos jogos presentes nos dois artigos desta série, é de longe o que mais datou. Por outro lado, se tiver que indicar um dos títulos citados nos textos para que vocês conheçam, meus caros leitores, este seria a minha opção. Além de batalhas bem divertidas, ele entrega uma trama com uma pegada ambientalista protagonizada por três personagens bem carismáticos, com destaque para a Noa, uma das personagens mais fofas da geração PSX.

Embora não tenha conseguido na minha primeira oportunidade, fiz questão de terminar o jogo quando tive o meu PlayStation 2. Ao lado de Resident Evil 2 e Metal Gear Solid, ele foi um dos jogos do primeiro Playstation que joguei através do recurso de retrocompatibilidade do console. E sem o Harvest Moon para “atrapalhar” (afinal já tinha jogado o porte de “Back to Nature” para o Game Boy Advanced), pude jogá-lo do início ao fim sem interrupções.

Mas não fiz 100%. Faltou obter alguns monstros (qual a tara dos japoneses com mini games de pescaria?) e derrotar o pássaro Lapis, o chefão opcional apelão miserável.


Final Fantasy X

Este combate contra o Sin foi o momento que pensei "Uau, então este é o poder da nova geração".
[Imagem 2: Reprodução/Square]

Ano de Lançamento: 2001.
Desenvolvedor: Square.
Gênero: RPG.

Certa vez enquanto folheava uma revista (isso entrega a idade) com uma matéria sobre o filme Final Fantasy: The Spirits Within (2001), recordo-me de encontrar um artigo sobre o próximo jogo da série, cujo lançamento aconteceria naquele mesmo ano. A foto que abria o texto apresentava o protagonista empunhando uma espada com a lâmina feita de água. Para quem estava acostumado com os gráficos poligonais “quadradões” da geração 64/32 bits, aquela imagem era algo de encher os olhos.

Final Fantasy X não foi o que me motivou a comprar um PlayStation 2 (a razão era ter acesso aos jogos que não chegavam aos consoles da Nintendo), mas foi um dos primeiros títulos que fiz questão de adquirir para o console (olha a influência daquela imagem aí). Olha, bastaram apenas alguns acordes de To Zanarkand para que eu estivesse completamente fisgado pelo jogo.

Nobuo Uematsu é genial demais.

Final Fantasy é uma série que gosto bastante apesar de não ter jogado todos os títulos. Gosto muito do V (presente no meu artigo anterior), do VII (a minha party favorita), do XIII (por motivos que não consigo explicar), mas nenhum me pegou tão forte quanto o X, que é o meu favorito. A jornada de Tidus, Yuna e seus companheiros para deter a entidade conhecida como Sin é uma verdadeira montanha russa de emoções. Tem ação, romance, drama, comédia (involuntária), um antagonista detestável, pessoas lutando pelo controle de seus próprios destinos e um final extremamente emocional (foi a primeira vez que o fim de um jogo me levou às lágrimas).

Aliado a tudo isso, está o melhor sistema de batalha que a franquia já entregou. Além de seguir a tradicional mecânica de combate por turnos - o meu estilo predileto em RPG’s – temos a introdução da opção de troca de personagens durante as lutas. É um detalhe simples, mas que AGREGA DEMAIS na jogabilidade. Ele possibilita uma gama de estratégias durante os confrontos, o que te incentiva a usar todos os membros do grupo ao invés de ficar preso a uma única formação. Nas grandes batalhas, era natural efetuar várias e várias trocas entre os integrantes da equipe...com exceção do Kimahri, que convenhamos, é um personagem bem bosta limitado.

Comparado aos jogos anteriores, ele é relativamente mais fácil. Mas isso, meus caros leitores, não significa que não haja desafio. Os inimigos dos momentos finais não dão moleza, limpando o chão com a sua party no seu primeiro erro de decisão (eu torcia para não encontrar um Behemoth pela frente). Chefes como Seymour (maldito!!!) e Lady Yunalesca renderão combates para lá de demorados (uma hora no mínimo) que exigirão do jogador um domínio sobre as habilidades de cada membro do grupo. O chefão final (Braska's Final Aeon) me deu tanta dor de cabeça que precisei ir atrás do Anima, um summon opcional para que eu tivesse mais chances de vitória.

Falando nisso, os summons receberam uma mecânica bem interessante. Nos jogos anteriores, eles consistiam em magias que causavam mais dano que as tradicionais, mas que consumiam mais MP (nos do Play 1, o grande diferencial eram as grandes animações em CGI que acompanhavam as invocações). Em FFX, ela deixa de ser uma simples magia de dano para ser um aliado no campo de batalha, tomando lugar do seu grupo enquanto estiver de pé. É mais um elemento que acrescenta demais nas estratégias de combate, seja para aplicar um dano extra nos inimigos ou para impedir que a party tome aquele 9999 de dano maroto.

Mesmo sendo o meu Final Fantasy favorito, sei que ele tem os seus problemas. Tidus é um protagonista sem sal que só fica relevante graças a Yuna; o jogo é linear durante grande parte de sua campanha; o famigerado Blitzball é algo bem descartável; o grid de habilidades de alguns personagens é limitado; e o trabalho da dublagem norte-americana é qualquer nota (como esquecer a cena das gargalhadas?).

Mas na boa?

Os prós de Final Fantasy X são tão fantásticos que consigo relevar tudo isso numa boa. Além disso, se eu consegui gostar do XIII, não seriam estes detalhes que me faria desgostar do X.


Metal Gear Solid 3: Snake Eater

Um local lindo para um momento dolorido.
[Imagem 3: Reprodução/Konami]

Ano de Lançamento: 2004.
Desenvolvedor: Konami.
Gênero: Ação/Aventura.

Metal Gear está presente nos games desde os tempos do MSX, mas só passei a olhar a série com mais atenção a partir da geração 128 bits. Enquanto buscava indicações de jogos para o meu PS2, Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty surgiu como uma boa opção. Um jogo de espionagem de um grande nome da indústria (Hideo Kojima), cheio de intrigas políticas e com uma jogabilidade bastante única. Por que não dar uma chance?

Sei que muitos torcem o nariz para MG2 – muito por conta do protagonista ser Raiden e não o Solid Snake (jogável apenas no prólogo) - mas gostei da experiência. Sofri um pouco graças a minha incompetência em ser furtivo, mas me diverti. Foi mais do que o suficiente para garantir a minha curiosidade por mais títulos da série.

E foi assim que cheguei em Metal Gear Solid 3: Snake Eater.

O jogo me ganhou logo na sua abertura. Como um fã de James Bond, assistir a algo inspirado nos créditos iniciais dos filmes da franquia foi muito empolgante. Sério, a canção interpretada pela cantora Cynthia Harrell é o melhor tema de 007 em uma produção não protagonizada pelo agente da M16.

Além desta homenagem, a abertura também apresenta ao jogador o que ele encontrará em MGS3: uma aventura de espionagem no auge da Guerra Fria. Em uma série conhecida pelas intrigas e conspirações, trazê-la para o auge das tensões entre EUA e URSS foi uma grande sacada (particularmente, eu adoro esta ambientação). No meio deste barril de pólvora, acompanhamos a jornada de Naked Snake, o homem que viria a assumir a alcunha de Big Boss e o primeiro grande adversário de Solid Snake nos jogos do MSX. Além de todas as questões políticas e reflexões sobre conflitos que o Kojima curte abordar, um dos grandes baratos é acompanhar o que levou um homem destinado a ser um herói a se transformar em um vilão.

Sinceramente, no final fiquei tão revoltado com a situação quanto o próprio Snake.

A escolha do cenário foi uma renovação de ares muito bem-vinda para a Metal Gear Solid, saindo do esquema “complexo isolado da civilização” para uma floresta no coração da terra do Zangief. Esta mudança gerou novas mecânicas para explorar o novo ambiente. A mais famosa – e posteriormente adotada em Metal Gear Solid 4: Gun’s of Patriots – é o índice de camuflagem, uma taxa que mostra o quão visível Snake está perante os inimigos. Para se manter fora do radar, o jogador tem acesso a uniformes de camuflagem, pinturas faciais para se misturar com a vegetação do local...e caixas de papelão (claro!). Outras novidades bem interessantes (e que tornam o gameplay ainda mais imersivo) são a barra de stamina (se o jogador não tiver rações, precisará caçar animais para comer) e a condição médica do protagonista (que vão desde a cuidar de um simples resfriado a uma fratura no fêmur).

Um ponto alto em todos os MGS são as batalhas contra os chefes. “Snake Eater” não decepciona, entregando três confrontos que estão no meu Top 5 da série: a batalha contra Volgin e o Metal Gear, uma experiência simplesmente cinematográfica; o acerto de contas com a The Boss, um momento extremamente emocional (e difícil pra cacete) no cenário mais bonito do jogo; e o duelo contra o The End, uma luta que exigirá paciência, mas que pode ser resolvida de uma forma bem roubada criativa.

Metal Gear Solid 3 é um jogo que esbanja a criatividade do Kojima, seja como contador de histórias ou como game designer. Com relação a este último, tenho um momento em meu gameplay que exemplifica isso. Estava observando uma construção guardada por alguns soldados. Enquanto estudava o que faria, observei que um deles tinha um rádio à mostra. Usando uma arma com silenciador, atirei na direção do aparelho que, para a minha surpresa, não era um mero enfeite no uniforme do NPC (era um item funcional). Quando me revelei ao soldado, ele tentou chamar reforços, porém logo percebeu que o seu comunicador não estava funcionando.

É detalhe bem simples, mas que rendeu um momento de ouro na minha experiência com este jogaço.


Kingdom Hearts II

Dane-se foda-se o rato. O grande trio da Disney é Sora, Pateta e Donald.
[Imagem 4: Reprodução/Square]

Ano de Lançamento: 2005.
Desenvolvedor: Square.
Gênero: RPG de Ação.

Curiosamente, a minha história com Kingdom Hearts começou de forma bem semelhante à de Metal Gear Solid. Estava em busca de indicações de jogos para o PS2 quando cheguei nele. Já tinha algum conhecimento sobre o jogo por conta de revistas, porém confesso que a proposta de um crossover entre Disney e Final Fantasy soava no mínimo bizarro. Contudo, as referências de terceiros me animaram e resolvi dar uma chance.

E não me decepcionei.

Quando os créditos finais do Kingdom Hearts original terminaram, a primeira coisa que fiz foi correr para a internet pesquisar se havia uma sequência do jogo e de preferência para o Playstation 2. A busca me conduziu a um trailer curtinho em japonês de Kingdom Hearts II, embalado pelo tema Another Side. Se antes já estava empolgado, o meu hype subiu para as alturas após assisti-lo.

Não tenho outro adjetivo para KH2 senão fantástico! Ele é uma evolução de seu antecessor em todos os aspectos, a começar pela sua jogabilidade (vejam bem, eu adoro o original, mas o seu sistema de combate e de câmeras eram horrorosos o seu calcanhar de Aquiles). Neste segundo, a Square deu uma bela refinada nessas mecânicas, tornando o gameplay muito mais fluído e divertido. A criação dos “Drives” adicionou ainda mais variação e dinamismo nas batalhas.

Além do retorno dos Heartless (as grandes ameaças do primeiro “Kingdom”), o game introduz um novo tipo de inimigo, os Nobodies. Normalmente vistos como criaturas prateadas e de formatos corporais diversos, eles também podem ser humanoides, como é o caso dos integrantes da Organização XIII, os principais antagonistas de Sora, Pateta e Donald em sua jornada. Particularmente, os melhores combates do jogo terão a presença de um membro da organização. Como cada um deles é especialista em um tipo de arma, as batalhas contra eles são bem distintas entre si, o que é muito legal.

E claro, não podemos nos esquecer dos vilões da Disney. Assim como era no jogo original, descer a Keyblade na fuça desses desgraçados continua uma experiência muito satisfatória.

Falando em Disney, ele é disparado o título que conta com a melhor seleção de mundos a sua disposição. Apesar da ausência de Deep Jungle (Wonderland e Monstro também estão ausentes...ainda bem!), para a minha felicidade temos os retornos de Hollow Bastion (totalmente repaginado), Olympus Coliseum e Agrabah. Halloween Town e Atlantica, dois lugares que achava bem nhé, retornam com versões mais dignas. Entre os novatos, os meus favoritos são Twilight Town, Space Paranoids (o meu primeiro contato com Tron), Timeless River, Pride Land e The World That Never Was. O acesso a maioria dos mundos continua sendo através da Gummi Ship, que recebeu melhorias consideráveis em sua jogabilidade e customização.

Assinada mais uma vez por Yoko Shimomura, a trilha sonora é magistral tanto na adaptação dos temas da Disney quanto em seu material original. Já perdi as contas de quantas vezes me peguei escutando The Other Promise, Dearly Beloved, Sacred Moon e, especialmente, 13th Reflection (um dos meus temas favoritos de boss battle). Ainda no campo musical, não posso deixar de lembrar que o jogo nos trouxe uma nova canção de abertura interpretada pela Utada Hiraku. Simple and Clean é bem legal e tudo mais, mas gosto muito mais de Passion. Esta canção é espetacular.

Assim como fez no primeiro título, a Square Enix lançou a versão Final Mix para Kingdom Hearts II repleta de extras. Esta edição só chegou ao ocidente na geração seguinte, como parte de uma coletânea que trazia o Birth By Sleep (outro jogão da franquia) e Coded. E meus caros leitores, ela conseguiu melhorar algo que já era incrível. Temos novos itens, novas armas, novos equipamentos, uma nova dungeon em Hollow Bastion, a possibilidade de realizar uma revanche contra TODOS os membros da Organização XIII (os combates contra o Marluxia e contra o Roxas são maneiros demais) e o chefe opcional mais desgraçado que esta franquia já produziu, Lingering Will.

Para quem adora os chefões impiedosos da série Souls, recomendo fortemente que conheçam este filho da puta cidadão.

Vocês não vão se arrepender.


Persona 5

Ora ora ora...mas se não são as consequências de seus atos.
[Imagem 5: Reprodução/Atlus]

Ano de Lançamento: 2016.
Desenvolvedor: Atlus.
Gênero: RPG.

Acho incrível que a série Persona tenha ficado fora do meu radar durante tanto tempo. Embora a franquia tenha começado na geração 32 bits, ela só ganhou destaque a partir do PS2. É uma pena que nenhuma recomendação de seus jogos tenha chegado ao meu alcance na época, mas como diz aquele clássico ditado: antes tarde do que nunca.

A série começou a chegar ao meu conhecimento entre 2018 e 2019, momento em que me deparei com diversos elogios vindos de artigos e de podcasts (em especial o Reloading). No fim de 2019, enquanto navegava nas promoções de fim de ano da PSN, vi que Persona 5 estava custando apenas 50 reais. Não tive dúvidas, a oportunidade de conhecer Persona havia finalmente chegado. Comprei a cópia digital e comecei a jogá-la assim que a instalação terminou.

E meus amigos, foi amor à primeira vista.

Como um grande fã de animação japonesa, a estética “shounen de lutinha” com toques de slice of life me pegou em cheio. Protagonizado por um grupo de adolescentes do ensino médio (e um gato), o shounen de ação acontece quando eles viajam para uma realidade paralela conhecida como Metaverse. Lá eles assumem a identidade dos Phantom Thieves of Hearts, um grupo de vigilantes que usa os poderes de seus Stands Personas (seres que representam a manifestação dos pensamentos mais íntimos do usuário) para punir os adultos de coração corrompido. Fora deste universo fantástico, o slice of life se personifica na vida estudantil dos personagens. Assim como em vários animes escolares, temos as aulas no colégio, as semanas de prova, o festival cultural, um evento com yukata, a viagem para a praia, os trabalhos de meio período e todos aqueles clichês que estamos acostumados em produções do gênero.

Os elementos mais clássicos de JRPG estão presentes nas incursões ao Metaverse. Aqui chamadas de Palácios, as dungeons são bem distintas entre si, contendo várias Shadows (os inimigos mais clássicos da franquia), puzzles e oportunidades de exploração. O sistema de combate é um dos melhores que vi nos últimos anos. Seguindo o modelo de turnos, o jogador pode escolher entre atacar com uma arma branca, atacar com uma arma de fogo, usar item, trocar um membro da party (YEEESSS!!!) ou recorrer aos poderes dos Personas (que fazem as vezes das magias no jogo).

O protagonista (Ren Amamiya/Joker) é o único que pode ter acesso a vários Personas. Nos palácios, é possível obter novos monstros vencendo os em combate ou até mesmo negociando com eles depois que levam uma sova Na Velvet Room, você tem acesso a mais opções envolvendo as suas criaturas. Gastando uma grana, é possível fortalecê-las, transformá-las em itens, readquirir um monstro que você já teve acesso ou simplesmente criar um através da fusão de duas ou mais criaturas. Só o que citei já daria um sistema de Mon absurdo, mas existe mais uma mecânica que o torna excepcional: a força de seus Personas depende da força de seus relacionamentos.

O sistema de relacionamentos (Confidants) é de longe a minha parte favorita. O jogo apresenta personagens com quem o seu protagonista pode se relacionar, cada um deles sendo representado por um Arcano do Tarot. Como os Personas também estão associados com um Arcano específico, conforme você avança os níveis de amizade com uma pessoa, isso influenciará na força de seus Personas e no acesso de monstros mais fortes. Como mencionei em um artigo no passado, as mecânicas de relacionamentos apresentam tramas bem interessantes de se acompanhar.

Ahhh, e tem mais uma coisa: é possível engatar romances com as garotas do game.

Persona 5 é muito bem servido nesse quesito. Vejo que o fandom possui uma preferência pelo trio Makoto Niijima, Ann Takamaki e Tae Takemi. Particularmente, a minha favorita é a Haru Okamura. Sim, sei que ela não é tão bonita ou estilosa quanto as três citadas, mas ela é muito fofa. E os seus “impulsos violentos” no Metaverse a tornam uma garota ainda mais interessante.

O jogo até permite que você monte o seu próprio harém, só que aí você terá que arcar com as consequências...

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Pois é pessoal, este foi mais um artigo da coluna "Penso, Logo Digito".

E aí, gostaram do texto? Desejam ajudar com alguma referência não citada, corrigir alguma informação equivocada ou simplesmente me xingar por não ter comentado uma linha sobre a trilha sonora e as canções de Persona 5? E claro, repetindo a pergunta do último artigo, quais são os jogos da sua vida, meu caro leitor?

Com isso eu concluo a minha missão de listar os 10 jogos da minha vida. Mas isso não significa que seja o final desta “série”. Quando escrevi o primeiro artigo no ano passado, fiz um levantamento onde listei mais de 30 jogos. Ou seja, conteúdo para mais textos eu tenho, só depende de vocês para que eu dê sequência a isso.

Lembro a todos que a nossa área de comentários é o local onde vocês podem participar da discussão apresentada no texto. Não só gosto de lê-los como também costumo sempre respondê-los.

Bora lá trocar uma ideia?!

Por fim, sintam-se à vontade para compartilhar o link deste artigo com seus amigos, familiares, colegas de trabalho, amantes, inimigos mortais, enfim...com pessoas que se interessarão pelo conteúdo. Acreditem meus caros leitores, a participação de vocês é o que move a existência do Nerdologia Alternativa. ;)

Um grande abraço a todos e até a próxima. Valeu!

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