[NerdFacts] O que muda na Versão Estendida de Batman v Superman?


Na metade de Julho, foi lançado no mercado de home video a versão estendida do polêmico Batman v Superman: A Origem da Justiça (Batman v Superman: Dawn of Justice, 2016). Conhecida como Ultimate Edition, a nova roupagem trouxe para a obra aproximadamente 32 minutos de cenas cortadas.

Será que todas essas cenas cortadas eram relevantes para a trama do longa? E principalmente, será que esse material extra melhora a obra?

Isso iremos descobrir em nosso artigo. ;)

Bem caros leitores, o artigo funcionará da seguinte forma: teremos um conjunto de tópicos onde serão apresentadas uma ou mais cenas que possuem alguma relação entre si. Cada tópico possuirá também um medidor de relevância da(s) cena(s) cortada(s) para o filme que vai de 0 até 5.

Por fim, teremos alguns comentários inúteis deste que vos escreve sobre as cenas.


Os apuros de Lois Lane no continente africano

"Senhorita Lane, eu sou Jimmy Olsen. Vim fazer uma pequena ponta em seu filme."
A sequência em Nairomi é muito mais extensa que a versão vista nos cinemas. Para começar, temos o primeiro encontro entre Lois Lane (Amy Addams) e o fotografo Jimmy Olsen (Michael Cassidy), onde ambos se conhecem. Esperando encontrar com outro fotografo, a jornalista chega a questionar a presença de Jimmy mas acaba deixando isso de lado. A dupla é conduzida até um carro onde os soldados do General Amajagh (Sammi Rotibi) os aguardam. Após receberem os avisos que nenhum produto eletrônico poderia ser levado até o local - com exceção de câmeras fotográficas, que segundo a jornalista foram permitidas para a entrevista - os dois tem os rostos vendados e são conduzidos até o complexo onde se encontra Amajagh.

A cena da entrevista também recebeu alguns extras em tela. Antes de ter sua câmera destruída, vemos Jimmy se preparando para tirar fotos da entrevista. Enquanto o aparelho é desmontado, o general faz um pequeno monólogo para Lois a respeito da intromissão dos Estados Unidos na política dos países do mundo.

Quando as coisas acabam dando errado, somos apresentados a uma equipe da CIA que acompanhava a entrevista a uma certa distância. Com a missão comprometida, o alto escalão envia um drone para explodir o local, contrariando os apelos da equipe local. A aeronave até chega a disparar o míssil em direção ao complexo, mas ambos acabam sendo destruídos pelo Superman (Henry Cavill).

Em paralelo, temos também algumas cenas extras dos agentes infiltrados de Lex Luthor (Jesse Eisenberg), liderados pelo russo Anatoli Knyazev (Callan Mulvey). Após promoverem uma chacina, eles juntam os corpos e os carbonizam. O russo e seus homens deixam o local segundos antes da chegada do Homem de Aço.

Por fim, a sequência se encerra com os agentes da CIA chegando o local e presenciando o resultado do massacre, com várias mulheres chorando pela morte de seus entes queridos enquanto Lois, que acabava de sair de seu cativeiro - presencia tudo.



Na versão para cinema, quando o Superman é culpado pela chacina em Nairomi, isso acaba não fazendo muito sentido para o espectador, afinal os homens presentes no complexo foram mortos com armas de fogo. E com exceção de uma história do famigerado anos 90, o Azulão não é de usar trabucos.

Com a adição da cena onde os corpos são carbonizados, este elemento da trama enfim fez sentido. Sem contar que a “armação” contra o herói é uma peça adicional no plano de Luthor que, como veremos ao longo do artigo, ficou muito mais detalhado nesta Ultimate Edition.

Outro importante ponto esclarecido foi a presença de Jimmy Olsen. Na versão para cinemas, só era possível confirmar a identidade do personagem de Michael Cassidy através dos créditos. Com a cena de introdução de seu personagem, agora não é mais preciso ir até o IMDB ver todo filme para confirmar este detalhe.

Quanto as cenas da CIA, elas são relevantes para mostrar o esquema em que o finado Jimmy estava envolvido e claro, a mais uma roubada que a jornalista Lois Lane havia se metido.


Fucker and Sucker - A Pair of Two Cops

"Vamos Fucker, mexa esse traseiro grande e gordo!"
Antes de invadir a casa onde o Batman (Ben Affleck) estava agindo, os dois policiais estavam na boa assistindo uma partida de Futebol Americano entre Metropolis State e Gotham. Durante uma jogada que resultou em um touchdown para Metropolis (que estava ganhando por 58-0), os dois recebem uma chamada central dizendo que receberam uma denuncia de “gritos dentro de uma construção abandonada”.

No momento em que jogo é paralisado por conta de uma confusão entre os atletas, a dupla resolve atender a ocorrência. Ao se aproximarem da construção, a câmera mostra um bando de morcegos saindo da chaminé.



Quando Perry Morpheus White (Laurence Fishburne) pede para que Clark faça uma matéria a respeito do jogo de futebol americano, era justamente essa a partida que o editor chefe do Planeta Diário estava se referindo. Mas convenhamos caros leitores, a presença ou não das imagens dessa partida não afetam o entendimento do filme.

Quando o longa estava em pós-produção, havia um rumor (entre muitos) de que a participação Vic Stone (o Cyborg) seria como um atleta em um jogo de futebol americano. As cenas da partida finalmente apareceram...mas infelizmente sem a presença do eterno membro dos Titãs.

Por fim, é valido comentar dois novos easter eggs que surgiram. No momento em que a câmera mostra um outdoor do Porto de Gotham, há uma pichação com os dizeres “The End is Nigh”, uma clara referência a Watchmen, obra adaptada pelo nosso visionário diretor Zack Snyder. No mesmo take ao horizonte, é possível ver o letreiro ACE Chemicals, local onde nasceu o Coringa/Joker/Bobo/Palhaço (vide Piada Mortal).


Lois & Clark - As Novas Aventuras do Superman

Ame alguém que te olhe do mesmo jeito que a Lois olha para Kal-El.
As cenas no apartamento de Lois receberam alguns momentos a mais. O primeiro é apresentando quando acompanhamos a jornalista desfazendo as malas. Em certo momento, ela retira a camisa que usou na entrevista com Amajagh, totalmente manchada de sangue. Lembrando-se dos momentos em Nairomi, a jornalista bebe uma taça de vinho tentando não pensar nos violentos eventos do país africano. Ao tomar uma golada, ela percebe que tem algo estranho em seu caderno. 

Já na sequência da banheira, a cena completa não termina com um óculos de Clark sendo derrubados no chão. Para alegria da mulherada, a tomada continua com o jornalista tirando a camisa e partindo para os braços da amada.

Logo em seguida, quando Kent está cozinhando e de repente se depara com a televisão, ele não está assistindo uma reportagem sobre as ações do Batman. O que deixa o herói visivelmente abatido é a entrevista com Kahina Ziri (Wunmi Mosaku), a moça que havia dado um depoimento no senado contando sobre o massacre supostamente cometido pelo Homem de Aço.



Além de mostrar Lois totalmente transtornada com a experiência no continente africano, a sequência cortada apresenta o exato momento em que ela percebe que havia algo de errado em seu caderno. Quanto aos segundos extras na na cena da banheira, eles podem até não serem muito relevantes para a trama, mas é um fan service bacana para as fãs do Henry Cavill (como a minha namorada, por exemplo).

Quanto a cena da televisão, além de ser muito relevante para a trama do filme - em um dos tópicos do artigo veremos um dos desdobramentos dessa cena - faz muito mais sentido o Azulão ficar abatido com um massacre no qual ele está sendo acusado do que uma noticia do Batman marcando criminosos a ferro e fogo.


A Marca do Morcego

"Hey Kimbo Slice, o Michael Scofield está nesta prisão?"
Cesar Santos (Sebastian Sozzi), o criminoso marcado pelo Batman - que só aparecia em apenas uma cena na versão para cinema - ganha uma importante subtrama. Na cena onde o ex-funcionário da Wayne Enterprise Wallace Keefe (Scoot McNairy) é solto, vemos também o detento com a marca do morcego sendo transferido para Gotham City. Enquanto é conduzido pelos guardas, Cesar grita que "em Gotham ele seria morto por conta da marca".

Em uma outra sequência, Cesar é assassinado a facadas por outro detento durante o banho de sol no presidio de Gotham. Momentos antes, o assassino de Santos havia se encontrado com Anatoli que deu a ordem para que o presidiário executasse o "serviço".



Como veremos no próximo tópico, o fatídico destino do criminoso será um ponto importantíssimo para formar a opinião de Clark Kent sobre o Homem Morcego. O assassinato de Cesar Santos mostra também como Lex Luthor vem se aproveitado das ações do próprio Batman para colocar a população e, principalmente, o próprio Superman contra ele.

E mesmo a trama não se preocupando em momento algum em justificar a razão do vigilante estar marcando os criminosos, as cenas extras criam uma consequência para as marcas, deixando de ser apenas um mero easter egg referente ao Zorro.

Alias, será que os vilões do Batman presentes no Esquadrão Suicida possuem essa marca?


Profissão Repórter: Clark Kent

"Ahh muleque, acabei de ganhar um Tumbler na raspadinha."
Ao contrário da versão para cinema, o interesse do Superman no comportamento do Homem Morcego não surgiu de uma mera reportagem de TV. Este interesse é apresentado ao longo de quatro sequências (três novas e uma estendida) que apresentam o lado jornalista investigativo do Último Filho de Martha Krypton

1º Cena: Clark é enviado à Gotham City pelo Clarim Planeta Diário para realizar uma matéria sobre a partida entre Metropolis State e Gotham.  Contrariando as ordens dadas por Perry White, o jornalista decide ir até a residência de Kahina Ziri, localizada em um condomínio do subúrbio da cidade. Chegando ao local, o jornalista acaba se deparando com um idoso caolho (que naquele momento fazia uma raspadinha) que o aconselha sair da cidade antes que anoiteça, desta forma ele não correria o risco encontrar com o Batman. De acordo com o velho, o vigilante estava promovendo uma caçada por Gotham, deixando a população assustada com a violência de suas ações.

2º Cena: Após a reunião onde Clark discute o motivo do jornal não cobrir as ações do Batman, ele questiona Lois sobre a sua investigação em Washington. Perry interrompe a conversa do casal e entrega ao jornalista um convite para a reabertura da Biblioteca de Metropolis. O evento aconteceria na mansão do presidente da LexCorp, Lex Luthor. O editor chefe ainda tira uma onda com o fato do convite ter sido especialmente endereçado para Kent dizendo que “ele deve ter sido convidado por alguma coroa chegada num nerd”.

3º Cena: Em sua mesa no Planeta Diário, Kent pesquisa em seu computador noticias relacionadas ao Cavaleiro das Trevas. Algumas das noticias acessadas pelo jornalista revelam que a marca do morcego é uma espécie de sentença de morte dada pelo Homem Morcego, uma vez que todos os criminosos marcados acabaram sendo executados posteriormente.

4º Cena: Ao saber da morte de Cesar Santos, Clark visita a penitenciaria de Gotham a procura de informações sobre o caso. Lá ele conhece a viúva do criminoso, Amanda Santos (Cruz Gonzalez-Cadel), acompanhada do filho pequeno do casal. Amanda revela que antes de ser morto, Cesar havia sido transferido de Metropolis. Ela ressalta que em Gotham Batman era o juiz, ele quem decidia quem vive ou não. Kent diz que através do jornal ele poderia ajudar a parar o vigilante, mas a mulher finaliza a conversa dizendo que um homem assim não se pode ser impedido através das palavras, mas sim através dos punhos.



A motivação de Clark em combater as ações do vigilante de Gotham é melhor explorada com a adição do material extra. Alias, é muito bacana ver finalmente o lado profissional do personagem sendo mostrado. Nos longas protagonizados por Christopher Reeve e do Brandon Routh, o herói estava mais interessado em seguir a Lois Lane do que trabalhar.

Antes de conhecer Amanda Santos, o personagem acreditava que podia combater o Batman sendo Clark Kent, o repórter do Planeta Diário. Após o choque de realidade durante a conversa com a viúva do criminoso, ele finalmente percebe que não podia parar o vigilante como jornalista, mas sim como Superman.

Em relação a sequência do convite, mais do que justificar a presença do jornalista na festa de Lex Luthor, mostra que a intenção do vilão era mesmo promover o primeiro encontro entre Clark Kent e Bruce Wayne. Ou seja, "It's all part of the plan!".

E convenhamos caros leitores, considerando que o jornalista NÃO SABIA QUEM ERA BRUCE WAYNE, ele não poderia estar na festa como colunista social do jornal. :P


We're not in Kansas Anymore

"Filho, você teve outro pesadelo com o Batman?"
Frustrado com a maneira que a mídia tem questionando o seu alterego heroico, Clark liga para a sua mãe, Martha Kent (Diane Lane), para lhe fazer uma pergunta: por que seu pai nunca havia saído do Kansas?

Martha explica que Jonathan Kent (Kevin Costner) não tinha a preocupação em viajar pois ele já se encontrava no lugar onde desejava estar. O jornalista comenta com a sua mãe que gostaria que as coisas fossem mais simples. Martha por sua vez, com todo seu carinho maternal, responde ao filho dizendo que as coisas nunca foram simples.



Assim como na sequência onde Clark (trajado como Superman) visita Martha antes da audiência no capitólio, a cena do telefone apresenta um herói fragilizado em busca de amparo para se manter forte perante as dificuldades. E mesmo sendo relativamente curta, ela consegue ser BEM SUPERIOR a outra.

Deve ser esse o motivo pelo qual ela foi cortada. :P

Por fim, a cena é também uma introdução para a breve participação do Robin Hood de Kevin Costner no longa metragem.


Lois Lane Investiga: O Projétil Secreto

A serenidade no olhar de alguém que não terá problemas com a adaptação da Piada Mortal.
Com o misterioso projétil encontrado em seu caderno, Lois Lane resolve investigar sobre a origem daquele artefato. A investigação da intrépida jornalista é expandida com a inclusão de duas novas cenas e com a extensão de uma presente na versão para cinema.

1º Cena: Durante a sequência da discussão entre Clark e Perry, Lois interrompe a “reunião” com a informação de que a bala encontrada em seu caderno (alvejado durante o massacre em Nairomi) não era vendida comercialmente em nenhum lugar do mundo, nem no mercado negro. Na versão para o cinema, Perry interrompe o discurso de Lane quando ela questiona sobre quem estaria fornecendo protótipos de projeteis para os combatentes no Saara. Já na versão estendida, a jornalista só é interrompida após dizer que suspeitava de que o governo americano esteja armando os rebeldes ao mesmo tempo que apoia o governo do país africano.

2º Cena: Lois Lane leva o projétil de Nairomi até o laboratório de Jenet Klyburn (Jena Malone). Ao analisar a bala, Jenet confessa que nunca havia visto aquele tipo de metal. Sem terem ideia de quem poderia ter criado o item - a cientista chega a dar um palpite de que isso poderia ser algum projeto secreto da DARPA - as duas chegam a um consenso: o responsável pelo protótipo forneceu amostras aos rebeldes para que fossem testadas em situações de combate real.

3° Cena: Após descobrir que o incidente no país africano foi uma armação de Lex Luthor para culpar o Superman, a jornalista pega um metro e vai direto ao capitólio onde o herói participaria de uma audiência. No mesmo momento em que deixa o vagão, ela liga para Perry White, conta toda as suas descobertas e pede para que toda a história seja publicada. No entanto, editor-chefe afirma que era necessário haver provas, caso contrário a LexCorp viria com tudo para cima do Planeta Diário (lembrando que a pedido do secretário Swanwick (Harry Lennix), a repórter teve que dizer que sua fonte era anônima). Lane insiste pedindo para White confiasse nela, mas ele encerra a discussão dizendo que não arriscaria o jornal para que ela “passasse bilhetinhos para o cara que a resgatou”.



As novas cenas tornaram a investigação de Lois Lane muito mais consistente e concisa. Além disso, enquanto o corte para cinema praticamente se "esquece" o trabalho conduzido pela personagem, aqui vemos que a jornalista tentou passar toda a informação adquirida para o Planeta Diário, mas a falta de provas concretas acabou impedindo que a noticia fosse levada a frente.

Infelizmente, os rumores estavam errados ao sugerirem que Jena Malone interpretaria Barbara Gordon, mas eles não estavam errados quando disseram que ela faria uma personagem presente nas quadrinhos. Nas revistas do Homem de Aço, Jenet Klyburn é uma das principais cientistas da S.T.A.R. Labs em Metropolis.

Jenet ainda terá mais uma participação no longa, e será talvez mais importante que a primeira.


Queima de Arquivo

Kahina não percebe a presença do MAIOR VILÃO de Batman v Superman.
Outro personagem a receber uma subtrama com a versão estendida foi Kahina Ziri. Sua trama no filme continua com ela retornando de ônibus para seu apartamento no subúrbio de Gotham City. Quando estava para deixar o veiculo, a moça acaba avistando Anatoli Knyazev na entrada do condomínio conversando com o velhinho da raspadinha.

Assustada, ela permanece dentro do ônibus. Percebendo que sua vida corria perigo, ela se encaminha até o capitólio (alguns minutos antes da audiência com o Superman) para se encontrar a Senadora Finch (Holly Hunter). Ao chegar na senadora, ela abre o jogo: seu depoimento sobre o massacre era falso. Tudo que havia sido dito na audiência fazia parte de um script fornecido por Lex Luthor. O empresário inclusive havia a ameaçado de morte caso ela não colaborasse.

Momentos após a conversa, temos uma sequência que mostra Kahina se dirigindo a estação de metro, possivelmente com a intenção de fugir de Metropolis. Infelizmente, ela não percebe que Anatoli estava a seguindo. Quando a moça finalmente percebe a presença do mercenário, ela a empurra para os trilhos no exato momento em que o trem estava passando.

Ainda relacionado a jovem, temos uma cena no capitólio onde Finch comenta com um colega sobre os detalhes da confissão da jovem. Antes de se deparar com Lex Luthor e Mercy Graves (Tao Okamoto) na entrada do salão de audiência, a senadora comenta que o jovem empresário possuía todos os membros do comitê nas mãos.



Diferente da subtrama envolvendo o criminoso César Santos, o arco da jovem Kahina Ziri não é essencial para o entendimento da trama do filme. Por outro lado, a trama da jovem ameaçada por Luthor acaba sendo um rico complemento para nos mostrar o tamanho da tramoia arquitetada pelo vilão.

Veja bem caros leitores, considerando que a história se passa no país com o maior investimento em inteligência e espionagem, a farsa em que a jovem esteve envolvida não iria tão longe se não tivesse alguém muito forte nos bastidores para dar cobertura.

E esse alguém é o próprio Lex.

Isso é confirmado na trama quando Finch, após descobrir toda a verdade, afirma que o empresário está manipulando o comitê conforme as suas vontades.

De bobo, Luthor só tem a cara...e a interpretação de Eisenberg. :P


Superman agindo como Superman

Olhe, uma cena do Superman salvando uma vida....VAMOS CORTA-LA!
Na versão estendida, após a explosão do capitólio, a narrativa corta para o lado de fora do prédio. Lá nós acompanhamos Superman ajudando os bombeiros e os paramédicos no resgate dos sobreviventes. Ao resgatar a última vitima, o herói é tomado pela culpa ao olhar para todos os mortos e feridos no atentado.

Sem dizer uma única palavra, ele parte rumo aos céus.



Em O Homem de Aço (Man of Steel, 2013), houveram várias reclamações quanto as ações do Superman, ora inconsequentes  ora totalmente inconsistentes com o seu próprio legado. Em Batman v Superman ao menos, Snyder & cia tentaram fazer com que o Azulão fosse mais heroico e menos porra louca impulsivo. Tanto que em certo momento do filme há várias cenas mostrando feitos heroicos compatíveis ao personagem.

Logo, a presença da cena do resgate as vitimas da explosão é importantíssima por justamente mostrar esse Superman que todos estão acostumados a ver. Por mais decepcionado que estivesse em não impedir o desastre, ele jamais deixaria o lugar sem ao menos antes ajudar no resgate da vitimas.


Rufus Alfred, o lenhador

Alguém da Wayne Enterprise deve ter perdido o emprego por omitir isso.
Após recolher madeira, Alfred Pennyworth (Jeremy Irons) retorna para a casa do lago da Sandra Bullock de seu patrão. Ao procurar por Bruce na sala de estar, ele se depara com a TV ligada e com os cheques retornados por Wallace Keefe. Enquanto manuseia o cheque que estava no topo da pilha, Alfred assiste pela televisão uma cobertura sobre o incidente no capitólio.

Compreendendo a situação, o mordomo dirige-se para a parede de vidro e contempla o horizonte preocupado. Ele sabia que uma grande tormenta estava por vi.



A cena em questão não é tão necessária para o entendimento do longa metragem, mas por outro lado, ela insere uma informação a mais ao espectador: um dos cheque devolvidos possuía um desenho do capitólio em chamas (a imagem que ilustra esse tópico é justamente desse cheque).

Ou seja, Bruce Wayne não sentia se culpado apenas por ter negligenciado o “comportamento estranho” de seu ex-funcionário, mas também por ter recebido a informação do atentado e não ter o impedido.

Logo, se o Batman já estava com sangue nos olhos, imagina agora?


Lois Lane Investiga: A Explosão do Capitólio

"Esse cara gostava mesmo de bacon!"
Após o incidente no capitólio, a pericia apurou que a explosão foi causada por uma bomba dentro da cadeira de rodas usada por Wallace Keefe. Contudo, a forma como Superman se retirou do local da tragédia fez com que muitos questionassem a participação do herói no atentado. E aqui que temos inicio a segunda investigação conduzida por Lois Lane.

Sabendo que alguma coisa não estava certa, a jornalista vai até o apartamento de Keefe em buscas de pistas. Em certo momento, ela percebe que não só havia frutas frescas na fruteira como a geladeira estava cheia de comida. Lois conclui que o ex-funcionário da Wayne Enterprises não tinha ideia de que iria morrer, logo aquilo não havia sido um ataque suicida.

Momentos depois, a repórter do Planeta Diário recebe um telefonema de Jenet Klyburn, informando que a cadeira de rodas usada por Wallace foi produzida a partir do mesmo metal do projétil de Nairomi - um metal desconhecido que não seria pego por detectores convencionais. Jenet ainda informa que a explosão poderia ser ainda maior se a cadeira não fosse forrada com chumbo. Lois então conclui que não havia como Superman evitar a explosão uma vez que o chumbo o impedia de ver a bomba.



Apesar do espectador saber que o incidente no capitólio foi obra de Lex Luthor (como não esquecer o infame chá de pêssego da vovô :P), como os personagens do filme iriam descobrir que o empresário eram o culpado?

Esta ponta do roteiro é justamente amarrada com a investigação de Lois Lane. Alias, a busca da jornalista pela verdade acaba respondendo a outra pergunta deixada em aberto pelo corte do cinema: como o Homem de Aço não percebeu a presença de uma bomba na cadeira de rodas.

Sinceramente, não me recordo se esta restrição de poder (visão de raio-x não funcionar no chumbo) já havia sido estabelecida no universo cinematográfico (alguém se lembra de alguma menção a isso em O Homem de Aço?). Mas de qualquer forma, é uma explicação convincente uma vez que essa "fraqueza" está no cânone do personagem, sendo inclusive utilizada no filme de 1978.


Caixas maternas

"Muito bem humano, em qual dessas caixas eu coloquei a bolinha vermelha?"
Após presenciarmos o sacrifício do Homem de Aço, a narrativa volta suas atenções para a nave do finado General Zod (Michael Shannon) onde presenciamos uma força tarefa em uma missão de infiltração. Ao explorar o local, os soldados acabam encontra Lex Luthor dentro de uma piscina de sangue frente a frente com a projeção de um ser extraterrestre mostrando três artefatos em formato de cubo.

Percebendo a presença dos invasores, a criatura e as misteriosas caixas desaparecem. Luthor é preso logo em seguida.



Na conversa com o Batman na prisão, durante a sua analogia com sinos, Luthor revela que uma ameaça vinda de outro planeta estaria vindo para a Terra. Como o vilão soube disso? E principalmente, de quem ele estava falando?

As duas perguntas são respondidas com a cena em  questão, que inclusive já havia sido liberada uma semana após a estreia da super produção. O alienígena  que se comunica com o jovem empresário/cientista/gênio do mal é nada menos que a banda Steppenwolf, membro dos Novos Deuses de Apokolips e titio de Darkseid.

A intenção de Steppenwolf - e provavelmente o plot para o filme da Liga da Justiça - é invadir a Terra com uma horda de pandemônios para caçar as caixas maternas (os três cubos mostrados pela criatura) que estão escondidas em nosso planeta. Alias, uma dessas caixas inclusive aparece em uma cena do filme salvando a vida de Victor Stone (Ray Fisher), transformando o jovem no herói Cyborg

Será que vai rolar Born to be Wild no filme da Liga? :D


Funeral para um amigo

Cortejo com Gaita de Fole? Os Kents eram escoceses?
Durante o velório de Clark Kent no Kansas, temos a  participação de figuras presentes no primeiro filme do Azulão como Pete Ross (Joseph Cranford) e o Padre Leone (Coburn Goss). Outro fato interesse é a ponta de Deborah Snyder - produtora e esposa no visionário diretor - e de Emily Peterson, cuja sua personagem foi revelada nos créditos como sendo Lana (mas que todos sabemos que é Lana Lang).

No enterro, a adição mais interessante é a cena onde Martha Kent é avisada pelo padre Leone  o funeral de seu filho já havia sido pago por um doador anônimo. Ao fundo da cena, Bruce Wayne (aka doador anônimo) assiste tudo de longe.



Tanto a participação de figuras conhecidas no velório quanto a presença de um doador anônimo são detalhes muito bacanas para fãs. Mas como elemento narrativo, não acrescentam muito ao entendimento do filme.


Batman encontra Lex Luthor

Luthor após descobrir o verdadeiro segredo do morcego (NSFW)
O encontro entre Batman e Lex Luthor na prisão ganhou mais algumas linhas de diálogo. Quando o herói mostra a marca do morcego em brasa dizendo que a partir daquele momento ele passaria a ficar de olho em Luthor, o vilão - sem se mostrar intimidado - revela conhecer a verdadeira identidade do herói. Em tom de ironia, ele ainda fala que ninguém iria acreditar nele já que foi dado como insano, motivo pelo qual ele se livrou de um julgamento.

Batman comenta que para o caso de Lex existem hospitais que tratam doentes mentalmente debilitados com compaixão...mas esse não seria o seu destino. Ele será transferido para o Asilio Arkham, instituição onde o Cavaleiro das Trevas poderá vigia-lo constantemente.



Apesar do dialogo cortado não ser longo, as consequências implícitas nas falar irão refletir no futuro do universo cinematográfico da DC. Luthor estará bem vigiado em uma cela do Asilio Arkham, acompanhado da galeria insana de vilões do Homem Morcego. Isso certamente não o deixará nada feliz. Caso ele consiga escapar ou provar que está são, o fato de conhecer a identidade do vigilante de Gotham pode trazer sérias consequências para a Bruce Wayne e seus aliados.

Resta esperar para saber como isso será explorado nos próximos filmes.



A versão estendida melhora o filme?

Quem diria que enfim vimos esses três em um mesmo filme.
De uma forma geral, a resposta é sim!

A versão estendida (ou Ultimate Edition como preferirem) de Batman v Superman: A Origem da Justiça conserta uma série de problemas presentes na trama do corte para os cinemas. Questões envolvendo os incidentes em Nairomi e no Capitólio foram respondidas, o interesse de Clark Kent nas ações do Batman ficou muito mais claro, a investigação conduzida por Lois Lane foi melhor retratada e o motivo da "loucura" de Lex Luthor foi apresentado.

Indiretamente, a solução dessas questões acrescentaram novos elementos ao filme como o desenvolvimento de vários personagens secundários (Jimmy Olsen, Cesar Santos, Kahina Ziri), o surgimento de outros personagens (Jenet Klyburn e Steppenwolf), os trabalhos jornalísticos investigativos realizados por Clark e Lois e claro, uma boa visão das tramoias armadas pelo dono da LexCorp.

Contudo, mesmo melhorando o filme em vários aspectos, temos que ressaltar que outros problemas continuam. Batman ainda mata pessoas sem hesitar, os dois grandes protagonistas do longa possuem pouquíssimos diálogos entre eles, a estratégia "Martha" continua mal encaixada e claro, a motivação que leva Lois Lane a correr atrás da lança de kryptonita no fundo do lago ainda é inexistente a interpretação de Jesse Eisenberg como um GÊNIO DO MAL BUFÃO ainda não desce.

Falando em Luthor, afinal de contas, qual era o grande objetivo do plano de Luthor? Ele queria apenas destruir o Superman por inveja ou tudo isso não passava de uma desculpa para ter acesso a tecnologia kryptoniana? A criação de Apocalypse teria sido influenciado por Steppenwolf?

Dúvidas e mais dúvidas! :P

Mas apesar de todos os problemas, a minha perspectiva sobre a obra melhorou muito com esta versão estendida. Pessoalmente, nunca achei Batman v Superman esse desastre de proporções bíblicas que muitos ventilaram por ai. E após assistir pela segunda vez o filme - com a presença das cenas cortadas e com a dublagem brasileira - acredito que aproveitei melhor o que a obra tinha a oferecer.

Para quem estiver interessado em ver a Ultimate Edition, já vou avisando que a duração do longa metragem saltou de 140 minutos (duas horas e vinte minutos) para 182 minutos (três horas e dois minutos).

É uma experiência cansativa, mas que vale a pena!

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