[Tirou do Baú] Street Fighter II V

[Vitrine: Divulgação/Group TAC/Capcom]

Pois é meus caros leitores e amigos, com 2021 próximo de sua conclusão, venho aqui para lhes trazer o último artigo deste ano. Após quase dois anos ausente, a coluna “Tirou do Baú” está de volta para que eu finalmente possa cumprir uma promessa que fiz a mim logo no início do blog: escrever sobre Street Fighter II V (ou Street Fighter II Victory, para os mais íntimos), um dos animes mais queridos da minha geração.

Sem mais delongas, vamos ao que interessa!


Ficha Técnica

Street Fighter II V (Sutorīto Faitā II V, 1995)
Animação | Aventura

Produção: Group TAC e Yomiuri Telecasting Corp.
Temporadas: 1.
Episódios: 29.
Exibição original: Yomiuri Telecasting Corp.
Exibição nacional: SBT, Cartoon Network e Rede Brasil.
Streaming: Netflix, Amazon Prime Video, Looke e Pluto TV

Em 1991 a Capcom revolucionou o mundo dos games com o lançamento de Street Fighter II: The World Warrior. Mais do que uma sequência do jogo original de 1987, ele foi responsável por definir vários conceitos dos jogos de luta que estão presentes até os dias atuais (o sistema de combo, por exemplo, nasceu aqui). E para se ter uma ideia do sucesso, Street Fighter II ostentou durante 18 anos o título de jogo mais vendido da “Casa do Megaman”. Ele só perderia o posto com o lançamento de Resident Evil 5, em 2009.

Com o Sonic Boom da marca em todo o mundo, não demorou para que ela se expandisse para outras mídias. Nos Estados Unidos, além dos quadrinhos publicados pela Malibu Comics, marcou presença no infame longa-metragem Street Fighter: A Última Batalha (Street Fighter, 1994) estrelado por Jean-Claude Van Damme e Raul Julia (em seu último trabalho) e no tosco (porém divertido) desenho animado Street Fighter da InVision Entertainment. Hollywood tentaria mais uma vez emplacar a franquia aos cinemas com Street Fighter: A Lenda de Chun-Li (Street Fighter: The Legend of Chun-Li, 2009), mas é melhor não falarmos sobre isso. :P

O Japão teve muito mais sorte neste aspecto. Pelas mãos do estúdio Group TAC, foi produzido o longa animado Street Fighter II: O Filme (Sutorīto Faitā II Gekijô-ban, 1994), que se tornou um grande sucesso de público e crítica. Motivado pelos resultados positivos do filme e pelo apelo da franquia a Capcom já havia lançado 9999 versões de Street Fighter II, o estúdio se uniu a Yomiuri Telecasting Corp. para a produção de uma série animada. E assim nasceu Street Fighter II V.


Um lutador eu sou

Um japonês, uma chinesa e um norte-americano entrarão nas mais altas confusões em uma aventura do barulho.
[Imagem 1: Divulgação/Group TAC/Capcom]

Como estamos falando de uma produção japonesa, os protagonistas da obra são o japonês Ryu e o norte americano (com descendência japonesa) Ken Masters, dois jovens de 17 anos que aprenderam artes marciais sob a tutela do mesmo mestre quando mais novos. Enquanto o primeiro vive com seu avô em uma pequena ilha no Japão, o outro reside em uma luxuosa mansão em San Francisco nos Estados Unidos.

Tudo começa quando o Ryu recebe uma carta de seu grande amigo pedindo para que ele vá até a América. Ao chegar em San Francisco, Ken revela que o chamou porque, após o fim de seu treinamento, nunca encontrou alguém tão forte quanto o seu parceiro de treinos nos torneios que disputou em sua terra natal. Para comemorar o reencontro, ambos saem para aproveitar a noite da cidade.

Logo no primeiro bar que adentram, eles acabam arrumando briga com um grupo de militares que mais parecem figurantes de Final Fight que estavam apenas curtindo uma noitada. Após derrotarem o bando com certa facilidade, a dupla se depara com o Guile, Sargento da Força Aérea dos Estados Unidos e colega do grupo surrado pelos jovens. Ryu decide enfrentá-lo, mas acaba sendo derrotado de forma humilhante. Para vingar o amigo, Ken vai atrás do sargento no dia seguinte para desafiá-lo, mas também é surrado pelo militar (que ainda por cima estava de ressaca).

Ao reconhecerem a derrota, os dois ponderam sobre a experiência e concluem que há pessoas fortes por aí que nem sempre estão presentes em torneios convencionais. E a partir daí, eles decidem viajar pelo mundo em busca de oponentes tão poderosos quanto o sargento norte americano. Nesta jornada, eles conhecerão novos lutadores, novos estilos de artes marciais, os mistérios envolvendo a energia Hadou e entraram na mira de uma perigosa organização criminosa.


Nós vamos ao encontro do mais forte!


Ryu demorou apenas dois episódios para encntrar alguém mais forte.
[Imagem 2: Reprodução/Netflix/Capcom]

Street Fighter II: The World Warrior foi um dos jogos de luta que mais joguei na vida. Durante a minha infância, morei em uma cidadezinha onde a locadora com jogos de Super Nintendo se localizava na Rodoviária. E um dos melhores jogos no catálogo do lugar era justamente o Street Fighter II original. Obviamente que tive oportunidade de jogar as outras versões do título como Street Figther II Turbo – que foi o meu primeiro contato com a franquia – e Super Street Fighter II, mas (graças a locação) The World Warrior foi o cartucho que esteve mais tempo presente em meu console.

E não, embora o estabelecimento ficasse em uma rodoviária, lá não tinha o famigerado “Street Fighter de Rodoviária”.

Quando o SBT começou a divulgar a exibição uma dobradinha entre Street Fighter II V e Street Fighter Cartoon nas manhãs de domingo, fiquei simplesmente alucinado. Afinal de contas, eram animações baseadas no game que eu passava horas jogando. E ao contrário do longa-metragem estrelado pelo Van Damme, os desenhos corresponderam com as expectativas do meu “eu criança”.

Quando escrevi o artigo sobre o desenho norte americano, pontuei que duas coisas me atraíram na animação: a presença de todo o elenco dos jogos (que ainda contava com a participação de personagens de Street Fighter Alpha e de Final Fight) e dos ataques especiais (o Coronel William Guile resolvia todos os seus problemas na base do Sonic Boom). De fato, esses dois pontos mais o humor involuntário gerado pela tosquice do desenho o torna um passatempo divertido. Contudo, ele mais parece um G.I. Joe com template de Street Fighter do que algo próximo ao que tínhamos nos videogames. E convenhamos, o nosso Johnny Bravo Militar é um personagem legal, mas todos sabíamos que ele não era o REAL protagonista da coisa...

E é aí que entra o anime.

Dois adolescente viajando pelo mundo. O que pode dar de errado?
[Imagem 3: Reprodução/Netflix/Capcom]

Street Fighter II V é um dos meus animes favoritos. Não coloco na “mesma prateleira” de obras como Fullmetal Alchemist Brotherhood (Hagane no Renkinjutsushi, 2009-2010) e Neon Genesis Evangelion (Shin Seiki Evangerion, 1995-1996), mas é um título que tenho muito carinho. Este sentimento que nasceu durante a primeira exibição da obra no Sistema Brasileiro de Televisão, a ponto deste que vos escreve acordar mais cedo aos domingos e até assistir trechos do Pesca & Cia e do Siga Bem Caminhoneiro só para não perder o episódio da semana

Embora não conte com um torneio como pano de fundo, só pelo fato do anime consistir em dois lutadores viajando o mundo em busca do mais forte (leia isso com a voz do Nelson Machado), já tem muito mais da essência dos jogos que a produção americana. E até mesmo o meu “eu de 9 anos” conseguia perceber que os aspectos técnicos da produção japonesa eram superiores. Sem contar que mesmo sem ataques especiais sendo usados a torto e a direita, as batalhas eram muito mais divertidas.

Foi bastante curioso descobrir que o estúdio por trás do longa animado era um dos produtores do anime. Apesar de tomar várias liberdades na adaptação do material, como na questão das idades dos personagens e no character design, dá para notar que algumas ideias presentes no filme foram usadas aqui: M. Bison controlando os protagonistas por meio de lavagem cerebral, Vega dando uma “visitinha” ao quarto de Chun-Li e a batalha final entre Ryu e Ken vs Bison, são aspectos que estão presentes nas duas produções do Group TAC.

O seriado também possui semelhanças com a série Alpha, cujo primeiro jogo foi lançado no mesmo ano de exibição do desenho. Os personagens são cronologicamente mais novos; temos a introdução de Charlie Nash (o companheiro de Guile citado durante o seu final em Street Fighter II); e, a versão saindo da jaula armário 2m x 2m do líder da Shadaloo, que era muito maior que a variantes presentes no segundo jogo e no filme live-action.

Se bem que não precisava de muito esforço para fazer algo maior que Raul Julia.

Acho que a CAPCOM imaginou o Charlie um pouquinho diferente desta versão...
[Imagem 4: Reprodução/Netflix/Capcom]

Este certamente foi um dos animes que mais assisti na vida. Além de ter acompanhado a sua primeira exibição no SBT, revi a série quando ela integrou a grade do Cartoon Network em dois momentos distintos (uma no fim da tarde e outra no início da madrugada) e, a fim de finalmente escrever este artigo, vi a versão disponível no Netflix. Com a bagagem que tenho atualmente, posso dizer que foi uma experiência bem interessante. Pude confrontar vários aspectos tidos como verdades pela minha nostalgia e vi que alguns infelizmente não correspondiam com a realidade.

Isso significa que você passou a achar Street Fighter Victory ruim?” – diz um dos cinco leitores imaginários que ainda frequentam este blog. Pelo contrário! Continuo gostando muito deste seriado, só que passei a perceber que ele não era tão perfeito assim. Por exemplo, tinha comigo que a qualidade de animação era impecável e uma das melhores que vimos no Brasil durante a década de 90. De fato, considerando a época que foi produzida, o que se vê em tela é um trabalho muito bom, mas longe da perfeição que este que vos escreve lembrava. O nível da animação dos primeiros episódios vai se perdendo com o decorrer da história, com a quantidade de quadros mal-acabados aumentando de forma progressiva. E isto é bem visível especialmente na segunda parte da história.

Já que toquei no assunto, uma coisa que ficou muito evidente na parte final é que a equipe de produção precisou tomar uma outra direção devido a questões orçamentárias. Por exemplo, se no início tínhamos Ryu e Ken viajando pelo mundo e visitando locações distintas em cada episódio, a trama passa a concentrar seus personagens dentro do covil de vilão mais minimalista da história dos animes. A subtrama que rola em paralelo com a história principal – a tentativa da Shadaloo de eliminar o Delegado Dubao – acaba seguindo o mesmo caminho, se passando inteiramente dentro do hospital mais vazio de Barcelona. Nos últimos episódios, só existem dois cenários possíveis, o que torna o trabalho dos animadores muito mais fácil e menos custoso.

As reutilizações de cenas passam a ser cada vez mais escancaradas. A produção do desenho parece ter gostado do trabalho realizado na sequência em que Chun-Li é enforcada por Bison tomado pelo Psycho Killer Power. Ao menos, esta é a única explicação que consigo pensar para explicar a quantidade de vezes que ela é reprisada. As primeiras vezes até entendo que foi um recurso narrativo para fazer o Ken despertar a sua energia Hadou, mas as restantes foram puramente “encheção de linguiça”. Falando em enrolação, a partir do arco final todos os episódios passam a reprisar os dois minutos finais do episódio anterior. E olha que a série possui uma recapitulação do último capítulo logo após a abertura.

O 23º episódio (“O brilho misterioso”) é a prova cabal de que algo não estava certo. Metade do capítulo é dedicada a uma recapitulação dos eventos de Barcelona até o momento em que o micro cyberchip é instalado em Ryu. Durante a outra metade, a história passa a se concentrar nos dois cenários mencionados, com direito ao roteiro recorrendo ao teletransporte de personagem. Sério, é a única explicação que tenho para a Cammy sair da piscina do hotel e surgir atrás de Balrog no hospital em questão de segundos.

Achava que apenas o Dhalsim possuía este poder! :P


O anime terminou e infelizmente não pudemos acompanhar a incrível jornada de Ken e Ryu em cima de um elefante.
[Imagem 5: Reprodução/Netflix/Capcom]

Outro indício de que a animação passou por problemas está na condução do seu enredo a partir do arco final. A série engata a quinta marcha Monkey D. Luffy aprova e passa a correr com a trama a fim de chegar logo à sua conclusão. O problema é que toda essa correria deixou pontas soltas. A questão da Shadaloo ter adquirido terras na América do Sul, por exemplo, é algo apresentado com muito destaque durante a reunião da Interpol. Inclusive, há uma cena na base minimalista (sempre bom frisar) dos vilões onde temos uma maquete de uma floresta tropical. Só que esta informação é totalmente esquecida com o avançar dos episódios. E teorizando a respeito, essa talvez fosse a uma deixa para introduzir o Blanka na história.

E quanto a Estátua da Águia de Prata? Ela sempre reagia com fachos de energia quando M. Bison despertava o seu poder. Momentos antes da batalha final, o vilão dá a entender que ele conseguia se comunicar com o objeto. Mas o que ele realmente era? Jamais saberemos! Assim como nunca teremos uma explicação de como Ken Masters foi capaz de aperfeiçoar o Hadou Shoryuken tão rapidamente. Seria ele o verdadeiro prodígio da série? Seria esta a prova definitiva de que Ken é melhor do que Ryu?!

Perguntas e mais perguntas que nunca terão uma resposta.

Infelizmente, todos os indícios levam a uma única conclusão: o anime não fez sucesso no Japão. Se tivesse agradado, possivelmente não teríamos uma queda no nível da animação a não ser que fosse feita pela Toei Animation, a trama não aceleraria o passo e teríamos muito mais episódios que os 29 lançados. Sendo ainda mais otimista, personagens que ficaram de fora como E. Honda, Dee Jay, T. Hawk e o próprio Blanka poderiam integrar o elenco da animação. E mais, Akuma poderia ter uma importância muito maior, deixando de fazer o seu papel do Geninho no desenho da She-Ha.

Os responsáveis pela obra até incluíram alguns ganchos na tentativa de alavancar uma continuação. Ryu se despedindo de Ken dizendo que aperfeiçoará o controle de seu Hadouken, Cammy jurando a Fei Long que se vingará da Shadaloo por ter sido usada, Zolter e seus comandados fugindo para a unidade no Camboja e o destino de Bison – algo me diz que ele não morreu - são cliffhangers que poderiam ser desenvolvidos em uma eventual sequência. Mas como todos sabemos, ela nunca aconteceu.

"Oi meus amiguinhos, aqui é o Akuma. Conseguiram me encontrar no episódio de hoje?"
[Imagem 6: Reprodução/Netflix/Capcom]

É inegável que o enredo seria muito melhor se não fosse por todos os problemas. Mas por outro lado, acredito que Kenichi Imai (responsável pela história do anime) e a equipe de roteiristas - sendo Naoyuki Sakai e Kenya Sawada os nomes mais presentes nos episódios - fizeram um bom trabalho. Lógico que o texto não possui a profundidade de um Yoshiyuki Tomino e nem te fará elucubrar por horas como um Hideki Anno, mas é competente o suficiente para transmitir ao espectador de que aquilo não é um produto qualquer com um verniz de Street Fighter como é o caso do desenho americano. Ela poderia ser mais coerente detalhista em alguns aspectos - qual é a lógica daquela droga que aplicaram na Chun-Li no Castelo Maria Isabel?! - mas ela entrega grande parte do que se propõe.

Especialmente em sua primeira parte, o anime tem muito do espírito daquelas produções normalmente mequetrefes de artes marciais dos anos 80 e 90. Obviamente que há um toque oriental nesta composição, mas clichês como os estrangeiros que viajam a um país para conhecer a arte marcial local, torneios de luta de submundo, heróis que usam seus punhos para derrubar redes de tráfico de drogas são elementos muito presentes nestes filmes. Tudo isso se encaixa como uma luva na animação, até porque o próprio jogo é um “filho” deste tipo de produção.

Bem, se considerarmos que o Jean-Claude Van Damme protagonizou alguns filmes deste gênero como O Grande Dragão Branco (Bloodsport, 1988) e Kickboxer: O Desafio do Dragão (Kickboxer, 1989), faz muito sentido que ele estivesse presente no live-action da franquia.

Importante ressaltar que na época em que The World Warrior foi lançado, não existia uma preocupação com histórias para jogos de luta. O que se tinha normalmente eram algumas linhas de contexto sobre os personagens e a trama no manual do jogo e o texto presente no final de cada lutador. Era pouca informação, especialmente se compararmos com os jogos atuais. Portanto, o fato de traduzirem o pouco que tinham em mãos para uma animação sem perder a essência do negócio é um trabalho bastante louvável.

A adaptação dos personagens é outro ponto a se elogiar. Apesar do roteiro tomar algumas liberdades criativas com cada membro do elenco, com algumas exceções – Balrog só é pugilista em uma fucking cena da segunda abertura - as mudanças são bem aceitáveis. E falando em liberdades, os characters designs feito por Akira Kano à primeira vista pode até parecer estranhos (Ryu de cabelo espetado e sem a sua faixa vermelha na testa, Fei Long topetudo, Zangief com mullets), mas é algo que se acostuma fácil. E particularmente, acho os novos visuais bem legais.

Por outro lado, o roteiro escorrega quando necessita criar os seus próprios personagens. Com algumas exceções como Zolter e Yu da Casa de Chá, o restante do elenco original passa muito longe de ser memorável. E olha que havia gente com potencial, como um chefão do crime que acopla uma mini-motosserra na mão, igualzinho o Ash de Evil Dead.

Nash e Dubao não contam pois foram baseados em personagens mencionados no game.

Aproveitem pois este é o único momento em que Balrog é um lutador de boxe.
[Imagem 7: Reprodução/Netflix/Capcom]

Quando era mais jovem, o meu personagem favorito nos jogos era o Ken. Por consequência, esta preferência foi repassada para o anime. E convenhamos, era muito fácil para um moleque gostar dele. Além de um lutador habilidoso, ele era carismático, rico, desejado pela mulherada e fiel aos amigos. Para completar, tinha o Hadou Shoryuken que era um golpe bem maneiro. Claro, ele tem atitudes bastante duvidosas no início da história, como roubar a mina de um sujeito no bar e usar a influência da família para entrar em uma base militar só para tretar com Guile. Isso porque nem coloquei o fato de usar o dinheiro dos pais para se meter em confusão no mundo. Assim, ainda curto ele, mas com o olhar de hoje eu diria que o jovem Masters é “um cara daora, mas vacila”.

Apesar da minha já declarada preferência pelo carateca de gi vermelho, gosto muito de como o Ryu foi apresentado no anime. Ele é um rapaz simples, justo, de muita fibra (o termo chave da dublagem brasileira na primeira parte do anime) e com um talento fora do comum para as artes marciais. São características bacanas para um protagonista, mas se pensarmos bem, ele é praticamente um Son Goku com alguns neurônios a mais. Até mesmo o enorme apetite por comida ele divide com o Sayajin. Mas sendo bem justo, acho que é uma visão bem mais divertida e simpática do lutador. É o oposto dos games, onde ele é muito chatão sério e solitário centrado.

Sei que a Chun-Li é uma das maiores musas dos videogames e o primeiro crush de inúmeros gamers espalhados no mundo... só que não foi o meu caso, porque sempre preferi a Cammy. Por outro lado, a chinesa de Street Fighter II V foi uma das minhas primeiras waifus em um anime. Acho que ela ficou encantadora em seu novo visual – curto muito pelo fato dela usar roupas mais civis - e gosto bastante da sua personalidade. Ela é doce e até um pouco estabanada (especialmente na presença do seu pai) no convívio normal, mas que se transforma em uma guerreira feroz quando a porrada come.

Com relação aos demais personagens secundários (e que não estão no time dos vilões), Guile é certamente o melhor. Ele é o contraponto a inexperiência e a inconsequência de Ken e Ryu. Além disso, a interação com seu amigo Nash é algo que o engrandece demais na história. Com bem menos tempo de tela, Dhalsim e Sagat também prestam suas contribuições. Enquanto o primeiro exerce o papel de mestre que guiará os protagonistas na busca pelo Hadou, o segundo abandona o seu papel de vilão dos jogos e assume uma nova função, a do Campeão de Muay Thai vítima de uma grande injustiça.

Ahh, temos ainda Fei Long... que bem... é o Bruce Lee wannabe Street Fighter... e um personagem bem “marro ou menos” :P

O primeiro crush em um anime a gente nunca esquece. <3
[Imagem 8: Reprodução/Netflix/Capcom]

Do lado dos antagonistas, Cammy é um caso que me chamou atenção. Enquanto a grande maioria dos personagens sofreram um rejuvenescimento no seriado, a britânica ficou mais velha e ainda assumiu o status de femme fatale. Acho interessante que assim como nos jogos da série Alpha, ela começa no papel de vilã. Com relação aos demais vilões, Balrog é a minha maior decepção. Sendo um espião dentro da Interpol, ela passa mais tempo fumando e suando frio do que com uma luva de boxe. O espanhol Vega não é um soldado a serviço de Shadaloo, mas se torna uma pedra do sapato de Ken pois o vê como um obstáculo na conquista do “amor” de Chun-Li (ok, não o julgo por isso). E quanto a Zangief, ele faz as vezes do gigante estúpido que está do lado errado da história... porque é um russo mal-encarado (Porra Japão, até tu?!).

Assim como nos jogos da franquia, M. Bison é o grande nêmesis da parada. E meus caros leitores, não me recordava o quão desprezível o tirano era. O seu grande cartão de visitas é, sem sombra de dúvidas, um dos momentos mais marcantes de Street Fighter II V: o combate contra Chun-Li. Além de apresentar uma perversão sexual, esta luta mostra o quão sádico e monstruoso ele é, brincando com a filha de Dubao como um predador que brinca com a sua presa. E quando se empolga, ele quase a mata sufocada com seu Psycho Power. Embora seja curta, coloco esta batalha como uma das melhores do anime. Não só pela carga dramática, mas pela forma como ela apresenta o vilão.

Na minha opinião, o posto de grande combate da animação vai para Ken vs Vega, momento que antecede a “apresentação do Bison”. Desde o meu primeiro contato Victory, tenho esta luta como a minha preferida. O combate nas gaiolas de ferro do Castelo Maria Isabel é dramático, violento e muito bem animado (e olha que ele se estende por três episódios). É a luta mais completa do anime em todos os quesitos. Não tão completa quanto esta, mas bem divertida é Guile vs Zangief, onde temos o sargento tendo que suar a camisa contra um poderoso adversário. Acho muito maneiro ver o militar usar de todos os seus recursos (o que inclui “golpes baixos”) para conseguir superar o Gigante Soviético. Ken e Ryu vs Bison, a batalha decisiva da trama, também é digna de nota. acho muito bacana como esta é a luta que mais se aproxima dos jogos. Temos Hadouken, Hadou Shoryuken, Psycho Crusher e mais alguns golpes que são assinaturas dos três lutadores nos games.

Apesar dos grandes exemplares citados acima, o desenho não escapou de ter lutas pouco inspiradas. Fei Long vs Cammy, Ken vs Ryu (a treta que serve de aquecimento para duelo de técnicas Hadou) e Chun-Li vs Guile são combates que nas minhas memórias eram incríveis e que se demonstraram o contrário. Enquanto a primeira é bem nhé, as demais são basicamente um looping de repetição de cenas. Ken vs Fei Long e Ryu vs Sagat eram outras que pareciam divertidas nas minhas lembranças, mas se mostraram apenas OK.

Por outro lado, a luta entre Ken e Ryu contra o Demônio da Caverna na Índia me surpreendeu positivamente. Não me recordava do plot twist da situação (não havia demônio, eles estavam se enfrentando) e não lembrava o quão franca ela era. Os dois trocam golpes até o ponto de não conseguirem mais se levantar. Toda situação até a sua resolução é muito bem bolada. Outro momento que me pegou desprevenido foi Ryu vs Damugi, o Leão de Chácara do Castelo Kowloon no episódio 3 (‘Duelo de Hong Kong’). Mesmo sendo um personagem original do anime sem qualquer peso na história, o duelo entre os dois é tecnicamente bem animado e bem honesto. E pensando um pouco mais, esta talvez seja uma das melhores lutas do arco de Hong Kong.

"Você quer criar uma moeda chamada 'Bison Dolar'?! Mas...senhor Bison..."
[Imagem 9: Reprodução/Netflix/Capcom]

Se tem um aspecto no anime em que as minhas lembranças não me enganaram é a parte musical. A trilha sonora composta por Masahiro Kawasaki é fantástica. Além de ajudarem a engrandecer as lutas da história, a trilha é a principal responsável por segurar as pontas quando a animação derrapa, como é o caso da segunda parte da série.

A música mais icônica é Ryu & Ken no TEEMA, o tema principal dos protagonistas, mas que por aqui é conhecida como...o tema do Hadouken. Sim, assim como 99.85% das pessoas que assistiram o desenho, a primeira coisa que me vem à cabeça ao escutar a música é o Ryu fazendo os seus movimentos com os braços para preparar o seu golpe mais poderoso. Só que ao rever o anime, observei que ela está presente em várias cenas envolvendo os dois caratecas... e muito antes do “Kamehameha da Capcom” ser introduzido na história. Aliás, o verdadeiro tema da técnica é Hadouken Tanjou, que está presente no momento do primeiro Hadouken bem-sucedido. Mas por conta do tom misterioso e soturno, ela foi promovida para o fechamento dos capítulos.

Não posso deixar de mencionar outras músicas maravilhosas que fazem parte desta OST (Original Soundtrack): Tenkuu wo Kakeru Gekitou é o tema que surge normalmente em situações arriscadas (quando Ryu é surrado por Sagat); Dharma-Dhaishi no Densetsu é a canção mais emocional das compostas por Kawasaki, aparecendo em situações de apelo dramático (Guile se deparando com o corpo de seu amigo Nash); Lunatic Balrog é o tema do Vega (ela está presente durante a invasão do psicopata ao quarto de Chun-Li) e também apresenta um tom soturno; Hadou vs Psycho Power passa estar presente nas tretas da segunda parte da história, entregando um sentimento de perigo eminente (é uma das trilhas presentes em Guile vs Zangief); e o tema de M. Bison, Kyoukai Vega, que traz todo o peso que o tema do grande vilão da história necessita.

As canções do anime são tão incríveis quanto as trilhas originais. De longe, a minha favorita é Forever Friends interpretada pela dupla Masaaki Endo e Akira Ochi. E meus caros leitores, que música sensacional. Ela é uma insert song do anime que está presente nos capítulos finais, mais especificamente quando Ken precisa confrontar Ryu controlado pelo micro cyberchip. E quando ambos são obrigados a preparar suas técnicas Hadou e a música surge, puta que pariu meus amigos...segura a emoção!!!

Kaze Fuiteru e Cry, os temas de abertura e encerramento interpretados por Yuki Kuroda, também são exemplares muito bacanas apresentados pela animação. Inclusive, ambas ganharam versões em português, interpretadas pela Elisa Villon e com as letras adaptadas pelo Nelson Machado. E sendo bastante sincero, as versões em nosso idioma são tão boas quanto as originais. A versão de Kaze Fuiteru inclusive está no meu NerdTop das Melhores Animesongs Cantadas em Português. E se um dia eu resolver fazer a segunda parte deste artigo, certamente a versão brazuca de Cry estará por lá.

DÁ HADUKEN RYU!!!
(Perdão, esta foi a primeira coisa que veio a minha cabeça)
[Imagem 10: Reprodução/Netflix/Capcom]

A dublagem da série foi realizada nos estúdios da Megassom (os primeiros doze episódios) e Mastersound. Para os papéis de Ken e Ryu, foram escolhidos Sérgio Moreno (Geraldão de Rivia em The Witcher 3: The Wild Hunt) e Orlando Viggiani (Marty McFly em De Volta Para o Futuro). Na moral, ambos caíram como uma luva em seus papéis, a ponto que eu teria muitas dificuldades de vê-los nas vozes de outros profissionais. Enquanto Viggiani imprime com naturalidade um “que” de ingenuidade ao nosso ao jovem japonês, Moreno traz um tom canalha ao norte-americano. Inclusive, a expressão “Ih ô cara ae!” é uma das minhas expressões favoritas de uma obra dublada, chegando a fazer parte do meu vocabulário pessoal durante anos.

Guilherme Lopes (Mr. Satan em Dragon Ball) como Guile, Tânia Gaidarji (Bulma em Dragon Ball) como Chun-Li e Antônio Moreno (Sorento de Sirene em Cavaleiros do Zodíaco) como M. Bison também encaixaram muito bem em seus papéis. Da mesma forma que a dupla de protagonistas, não consigo imaginar outra voz para o Guile que não seja a do Guilherme. Ele confere em sua interpretação um misto de maturidade e seriedade que casou perfeitamente ao sargento. Com relação a Tânia, posso afirmar que sua atuação foi fundamental para o surgimento do meu crush pela jovem chinesa. A atriz consegue alternar com facilidade os momentos de doçura com os de espírito guerreiro que o papel exige. Quanto ao Moreno, a sua voz pesada e imponente faz dele a minha versão favorita do vilão. Também gosto do Bison do Jonas Mello (que aqui faz o Zangief) do filme animado, mas acho a versão do Antônio insuperável.

Vale destacar também os trabalhos de Affonso Amajones (Sanosuke Sagara em Samurai X) como Fei Long; Daoiz Cabezudo (o eterno Chefe Shunsuke Massaki em Winspector) como Dhalsim; Valter Santos (o Kamus de Aquário em Cavaleiros do Zodíaco) como Delegado Dubao; Hélio Vaccari (Gandalf em O Senhor dos Anéis) como Zolter; Carlos Silveira (Shaka de Virgem de Cavaleiros do Zodíaco) como Nash; Cassius Romero (o homem que melhorou o Capitão Smoker em One Piece) como Vega; e, a Denise Simonetto (Punky em Punky: A Levada da Breca) como Cammy. Tenho que tirar o chapéu para a escalação deste elenco. Se o anime é lembrado com tanto carinho por pessoas como este que vos escreve, todos estes profissionais têm grande parcela nisso.

Nelson Machado merece elogios pelo trabalho porque atuou como diretor de dublagem e como narrador do anime, sendo o responsável por imortalizar a frase “Nós vamos ao encontro do mais forte!”. Aliás, enquanto pesquisava para escrever o artigo, acabei me deparando com um vídeo em seu canal do Youtube (Papo com o Machado) onde ele comenta sobre a dublagem da animação. Street Fighter II V. Como a animação veio diretamente do Japão, eles tiveram problemas pois não havia tradutores no meio especializados em japonês (lembrando que os animes que vinham para o Brasil normalmente possuíam áudio em espanhol ou inglês). Para realizar o processo de adaptação do texto, eles precisaram contar com uma pessoa que conhecia o idioma para transcrever todas as falas presentes nos episódios

É possível encontrar na versão dublada um momento desta inexperiência com o idioma. Durante o arco da Índia, quando Ken e Ryu passam a se referir a Dhalsim como Bonzo. Nunca tinha entendido o motivo desse “apelido” até assistir a versão original e descobrir que na verdade eles o chamavam de Bosan, que é monge em japonês. Se vocês compararem a versão brasileira com a japonesa, é possível ainda identificar alguns detalhes como os nomes originais de Dubao e Zolter (Dorai e Zoltar respectivamente), mas sinceramente, diante das circunstâncias a equipe de dublagem realizou um ótimo trabalho.

A última imagem deste artigo terá a Chun-li porque sim. :P
[Imagem 11: Reprodução/Netflix/Capcom]

E para fechar afinal este artigo está gigante e eu definitivamente tenho que aprender a escrever menos, preciso comentar sobre a versão disponibilizada pela Sato Company nos serviços de streaming. A dublagem brasileira presente é a mesma exibida no SBT e no Cartoon, porém a versão da animação é aquela que veio diretamente do Japão (exibida nos dois canais), mas sim uma vinda dos Estados Unidos. Ela até apresenta coisas bacanas como as versões originais de Kaze Fuiteru e Cry. Aliás, foi graças a ela que descobri que o anime possuía um SEGUNDO tema de encerramento. Só ela não conta com os recaps do episódio anterior e nem o preview do próximo. Ou seja, não temos aqui a icônica frase do nosso Nelsão.

Pô Sato, que vacilo ein?!

Outro problema está na imagem presente na versão nos streamings. Ela é a mesma lançada durante a década de 90. Se você a assistir em uma televisão de tubo ou em uma tela pequena de 14/15 polegadas, a qualidade será aceitável. Agora se vocês tentarem ver em uma tela de 40 polegadas 4K, a chance de decepção é gigantesca. O ideal seria que as empresas que detêm os direitos do anime investissem na sua conversão para as TV’s de alta definição. Mas se considerarmos que a série nunca foi lançada oficialmente em Blu-Ray, creio que não há interesse neste tipo de investimento por parte dos responsáveis.

Enfim, meus caros leitores e amigos, mesmo traído pela nostalgia em alguns momentos, reassistir Street Fighter II V foi uma ótima e divertida experiência. Os personagens são carismáticos, a dublagem tem muita alma, a parte musical é fantástica e o anime entrega grandes cenas de pancadaria, mesmo não sendo na quantidade que eu acreditava. Meu sentimento após o episódio final foi o mesmo de todas as vezes anteriores, de que aqui havia potencial para haver mais aventuras.


Algumas Curiosidades

  • Além dos nomes citados, o elenco nacional também contou com participações pontuais de Angélica Santos, Armando Tiraboschi, Carlos Campanile, Élcio Sodré, Letícia Quinto, Luiz Antônio Lobue, Marcelo Campos, Mário Vilela, Paulo Porto, Sidney Lilla, Silvio Giraldi e Ulisses Bezerra;
  • Durante uma live em seu canal, Nelson Machado explicou que os responsáveis pelo anime enviaram uma lista de sugestões para vários termos presentes na obra, onde a mais curiosa era Fire Ball (Bola de Fogo) para o Hadouken. Nelson acabou optando pelo nome original do golpe pois ele já estava enraizado entre as pessoas que gostavam dos jogos;
  • Falando em Fire Ball, vocês sabem quem acatou esta sugestão? Os responsáveis pela dublagem brasileira de Street Fighter II: O Filme feita em Miami. Mas assim como a "A Lenda de Chun-Li", é melhor não falarmos muito sobre isso;
  • No Japão, o primeiro episódio foi ao ar no dia 10 de abril de 1995 e o último no dia 27 de novembro de 1995. No Brasil, ele estreou em setembro de 1995, apenas cinco meses após a sua estreia na Terra do Sol Nascente;
  • Corroborando com o que disse sobre o Ryu lembrar o Goku, no oitavo episódio (“A vingança de Ashura”), Chun-Li reclama que o carateca japonês só pensa em artes marciais. Como a Tânia Gaidarji é a dubladora da Bulma, temos um momento tipicamente Dragon Ball em Street Fighter;
  • Shuji Honda é o cantor que assume os temas de abertura e encerramento a partir do episódio 20. 'Ima, Ashita No Tame Ni' é tema de abertura e 'Lonely Baby' é o de encerramento;
  • A canção ‘Just Believe’ interpretada pela cantora Rei Ayanami é outra insert song presente no anime. Ela aparece no 23º episódio durante a recapitulação da luta ‘Chun-Li vs Bison’;
  • A trilha sonora da animação foi lançada no Japão em 27 de setembro de 1995 pelo selo Toshiba EMI Ltd. O disco contém 32 faixas e possui duração total de 48 minutos e 40 segundos;
  • Em seu canal no youtube, o cantor Ricardo Cruz fez um cover da versão original e da brasileira da abertura 'Kaze Fuiteru'. O clipe pode ser visto no tópico "Vídeos" (logo abaixo);
  • Intérprete dos temas nacionais do anime, Elisa Villon faleceu em 2019 aos 55 anos. Além de cantora, Villon também era dubladora. Umeda Harumi (Super Onze), Emma Frost (Wolverine e os X-Men) e Natsuko Ozora (Super Campeões) são alguns de seus papéis.

Vídeos


Abertura exibida no SBT.


2º Abertura exibida no Cartoon Network.


Encerramento exibido no Cartoon Network.


1º Abertura com tema original (Kaze Fuiteru).


2º Abertura com tema original (Ima, Ashita No Tame Ni).


2º Encerramento com tema original (Lonely Baby).


Cover do cantor Ricardo Cruz da canção Kaze Fuiteru.


A chamada de Street Fighter II V divulgada na programação do SBT.

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Como estamos a poucas horas de 2022, aproveito para desejar um feliz ano novo a todos vocês que insistem em acompanhar este humilde blog. Que este novo ciclo que se inicia traga muitas coisas boas a todos.

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