[NerdFacts] Charrito, Tretas com a Televisa...e Gugu Liberato?!

[Vitrine: Divulgação/Televicine, Divulgação/Televisa, Divulgação/SBT]

Eu adoro Chaves (El Chavo del Ocho, 1972-1983) e Chapolin (El Chapulín Colorado, 1973-1979)

Assim como boa parte das pessoas da minha idade, assistir essas séries fez parte da minha rotina como moleque. Conforme fui crescendo e o SBT foi alterando os horários de exibição dos seriados (uma prática muito comum do Sr. Silvio Santos), a frequência com que os acompanhava foi diminuindo até naturalmente deixar de assisti-los. Contudo, o meu carinho pelas obras de Roberto Gómez Bolaños (o Chespirito) nunca deixou de existir, tanto que a lembrança de pérolas como “Já chegou o disco voador”, “Não são pedras, são aerólitos” e “A vingança nunca é plena, mata e envenena” sempre colocam um sorriso no meu rosto.

Graças a Internet, descobri que os trabalhos de Bolaños não ficaram restritos aos programas de televisão. Entre os anos de 1979 e 1990, o super comediante lançou cinco longas metragens nos cinemas mexicanos. E apesar do sucesso estrondoso que os seus seriados fizeram por aqui, nunca tivemos a acesso a único filme de sua filmografia.

Bem, isso era o que eu acreditava até pouco tempo atrás.

Há cerca de dois meses, vi um post do Nintakun no Bluesky (@nintakun.bsky.social) comentando sobre Charrito: Um Herói Mexicano (Charrito, 1984), um dos filmes lançados pelo comediante. Por curiosidade, resolvi pesquisar sobre a produção... e descobri que ela foi lançada OFICIALMENTE no Brasil em VHS. E não só isso: a distribuição do longa-metragem teve envolvimento direto de Augusto Liberato, o Gugu.

Pesquisando mais a fundo sobre o assunto, descobri ainda que o filme quase NÃO FOI LANÇADO no México. Sério meus caros leitores, após saber de tudo isso, para mim estava claro qual deveria ser o assunto do meu próximo artigo.

Meu texto sobre The King of Braves: GaoGaiGar terá que esperar ao lado de várias outras promessas de texto engavetados.


Ninguém tem paciência com Charrito!


Consagrado na televisão, Bolaños sonhava em dirigir seu primeiro filme para cinema.
[Imagem 1: Reprodução/@chespirito_rgb]

Ser cineasta no México na década de 70 não era uma tarefa fácil. Para se dirigir um filme, era necessário estar filiado a Seção de Diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Produção Cinematográfica (SPTC), cujas condições de entrada eram bem rígidas. No entanto, com a entrada do cineasta Sergio Véjar no cargo de secretário-geral da Seção em 1977, o processo de filiação se tornou mais flexível. Era o que Chespirito precisava para realizar o seu sonho de dirigir o seu primeiro longa-metragem para o cinema.

Após finalizar El Chanfle (1979), ele começou a trabalhar em “Charrito”, o projeto que marcaria a sua estreia como cineasta. Na trama, um produtor de cinema contrata um Charrito (termo no México usado para se referir a pessoas simples que vivem no campo) para o elenco de seu filme visando economizar alguns trocados. Mas as trapalhadas do sujeito logo mostraram que o barato sairá bem caro. A produção contou com parte da trupe dos seus programas de TV - Carlos Villagrán, Ramón Valdés e Edgar Vivar não participaram – e com nomes como Víctor Alcocer, Benito Raúl Ibarra, Arturo García Tenorio, Gilberto Román e Claudia Ivette Castañeda. Além da direção, o "super comediante" protagonizou e roteirizou a obra.

Com o filme finalizado, o criador do Chapolin logo percebeu que lançá-lo não seria uma tarefa simples. Os empecilhos começaram quando a Televisa (emissora de TV em que Roberto trabalhava) entrou em contato para negociar uma sequência para El Chanfle. Ele aceitou trabalhar na continuação, mas exigiu a direção do projeto. Emilio Azcárraga, o chefão do canal, negou a condição com a justificativa de que vários executivos assistiram o corte final de “Charrito” e não gostaram do que viram. Eles acreditavam que a melhor opção seria buscar um outro diretor para a sequência de “Chanfle”. Bolaños não aceitou a proposta e deu início a uma discussão que durou dias, até que Azcárraga, cansado da teimosia de seu astro, acabou cedendo. Desta forma, El Chanfle 2 (1982) se tornou a produção que marcou a estreia do ator como cineasta.

El Chanfle 2, oficialmente o primeiro filme dirigido por Chespirito.
[Imagem 2: Reprodução/Televicine]

No ano seguinte, Chespirito lançou nos cinemas o seu segundo trabalho como diretor, Don Ratón y Don Ratero (1983). Aparentemente o problema com “Charrito” não se resolveu e ele acabou trabalhando em um novo filme. No entanto, não demorou para que o lançamento do “Herói Mexicano” voltasse à discussão. Fernando de Fuentes Reyes, responsável pela Televicine, convocou uma reunião com Roberto onde lhe contou que os executivos ainda acreditavam que havia algo de errado com o seu filme. Mas eles tinham a solução: lançá-lo diretamente para televisão. O ator prontamente recusou e no dia seguinte foi ao escritório de Emilio Azcárraga onde travaram uma nova discussão. Nenhuma das partes chegaram a um acordo.

Duas semanas se passaram e Fernando convidou Bolaños para uma nova reunião em seu escritório. Lá ele apresentou uma solução que julgava conciliatória: uma cópia do filme com mudanças na edição e a remoção de algumas cenas. Para o responsável da Televicine, aquele era um corte bastante aceitável. Para o criador de Chaves, aquilo era uma piada de mal gosto que ia contra a ideia que ele desejava apresentar. Ele desaprovou as mudanças e exigiu que a sua visão prevalecesse.

Alguns dias depois, em um almoço no Estúdio A da Televisa, Emilio Azcárraga foi até Roberto – que na ocasião dividia uma mesa com Rubén Aguirre e Horacio Gómez Bolaños – e lhe pediu desculpas pelas críticas a “Charrito”. Ele comentou que havia revisto o filme ao lado de várias pessoas e que todos gostaram do que assistiram. Azcárraga concluiu parabenizando o ator pelo seu trabalho e pela sua teimosia.

Com isso, Chespirito enfim teve o sinal verde para lançar o seu filme nos cinemas. E assim, o longa-metragem chegou aos cinemas mexicanos em 22 de março de 1984 e foi um grande sucesso.


Teria sido melhor ir ver o filme do Pelé


"Tinha que ser o Charrito de novo!!!".
[Imagem 3: Reprodução/Televicine]

Com a sua comédia metalinguística, Roberto desejava brincar com o conceito de um filme consistir em uma sequência de cenas alinhadas em uma ordem rigorosa. Da mesma forma que uma palavra muda de sentido quando alteramos a ordem de suas letras, a sua ideia era mostrar que o mesmo acontece com um filme quando alteramos a ordem de suas cenas.

Convenhamos, é um conceito bastante interessante. Olhando o lado do artista, acho sensacional que ele tenha conseguido lançar o seu filme do jeitinho que desejava e ainda obter um sucesso comercial. Por outro lado, após assisti-lo eu confesso que entendi o receio que os executivos da Televisa tinham com a produção.

“Charrito” é bem mais ou menos.

A questão envolvendo o sentido das cenas funciona muito bem quando assistimos o longa-metragem que os personagens estavam rodando. Contudo, a linha narrativa do “filme principal” é muito estranha. A impressão que tive é que estava acompanhando uma coleção de esquetes do Programa Chespirito que, em certos momentos, entregava fragmentos da história que estava se passando durante aquelas filmagens. Não que a trama seja difícil de se entender até o Kiko entenderia, mas parece que falta sentido entre as cenas para que alguns acontecimentos soem mais naturais

Tendo em vista que o comediante lutou para que a edição do longa se mantivesse assim, talvez esta montagem estranha também deva fazer parte da sua ideia de brincar com a sequência de cenas.

Entendo a motivação, mas não gostei.

Esta cidade é definição perfeita do termo anacronismo.
[Imagem 4: Reprodução/Televicine]

No quesito diversão, não vou negar que o filme tem os seus méritos. Há vários momentos de comédia física que são ótimos. Charrito derrubando Estrelinha Pérez (María Antonieta de las Nieves) do cavalo e o galã dando um Ippon (não intencional) na mesma personagem me renderam boas gargalhadas. Foi interessante também notar as homenagens a grandes clássicos da comédia como Um Convidado Bem Trapalhão (The Party, 1968) de Blake Edwards e Primavera para Hitler (The Producers, 1967) de Mel Brooks, embora a homenagem deste último não tenha feito tanto sentido na trama do longa. De uma forma geral, o roteiro está longe de ser um dos trabalhos mais inspirados de Chespirito, com piadas que funcionariam melhor na televisão do que no cinema.

Falando em televisão, o longa conta com piadas que foram recicladas das séries de TV na maior cara de pau. A gag do quadro da vaca jorrando leite após levar um tiro é reciclada de um episódio do Chapolin chamado "O Bandido" de 1973. Os Irmãos Brothers que nominho bosta ein? confundirem o Charrito com um matador de verdade usa a mesma premissa de outro episódio do Polegar Vermelho, "A Revólver Dado, Não Se Olham as Balas" de 74. A pergunta do diretor faz a Estrelinha se ela estava falando do Cavalo ou do Charrito me lembrou do clássico “O Gato ou Kiko?” de Chaves, presente no episódio "Era Uma Vez Um Gato - Parte 2" de 1975.

Levando em conta que Bolaños adorava reutilizar os seus textos em seus trabalhos para TV (basta observar a quantidade de remakes que alguns episódios de Chaves e Chapolin possuem), não é nenhuma surpresa constatar que ele aproveitou algumas ideias para o filme. Só que neste caso, acho que o fator novidade funcionaria melhor.

Crianças que não parecem adultos de 40 anos?! O que está acontecendo aqui?
[Imagem 5: Reprodução/Televicine]

Chespirito pode até protagonizar as cenas mais engraçadas, mas o grande destaque do filme foi a Maria Antonieta de las Nieves. Ela mandou muito bem no papel da atriz esnobe de Hollywood (para mim ela está claramente se divertindo com o papel). Quanto aos demais, o longa não faz um bom proveito. O diretor vivido por Rubén Aguirre conseguiu ser mais sisudo que o próprio Mestre Linguiça Professor Girafales; o único ato notável da professorinha de Florinda Meza foi um número musical com várias crianças (que é bem qualquer nota); o ajudante do diretor de Horacio Gómez e o xerife de Raúl "Chato" Padilla possuem pouquíssimo tempo de tela (o Padilla ao menos ainda consegue entregar umas reações bem engraçadas); e a participação da Angelines Fernández consistiu em APENAS três cenas curtíssimas como uma maquiadora. Até a pirralha pentelha da escolinha da Florinda teve mais tempo de tela.

O papel da Angelines no longa foi uma grande falta de respeito com ela. Roberto pisou na bola com a sua colega de longa data.

Falando em elenco, é inegável que as ausências de Carlos Villagrán (que saiu do grupo no final de 1978), Ramón Valdés (deixou a trupe em abril de 1979) e Edgar Vivar (tudo indica que estava participando de um outro projeto) fizeram muita falta na produção. Afinal de contas, estamos falando de três nomes fundamentais do grupo Chespirito. Os dois primeiros inclusive eram os comediantes mais talentosos do elenco, tanto que a saída da dupla criou uma lacuna nos seriados que o Bolaños jamais conseguiu suprir.

Se estivessem disponíveis, encaixá-los nos papeis de “Charrito” seria moleza. Vivar faria de olhos fechados o produtor do filme (vivido por Víctor Alcocer); Villagrán daria um ótimo galã (interpretado por Gilberto Román) e Valdés poderia muito bem ser o contrarregra. E se considerarmos que um mesmo ator pode ter dois papéis (o Roberto também fez o Doutor Chapatin em uma participação especial), os irmãos Brothers (Benito Raúl Ibarra e Arturo García Tenorio) poderiam muito bem serem interpretados por Villagrán e Valdés. Lógico que a presença do trio não apagaria os problemas da produção, mas certamente a tornaria muito divertida.

Angelines Fernandes aproveitando seus 3 segundos de tela.
[Imagem 6: Reprodução/Televicine]

Para o público brasileiro, um fator que melhora consideravelmente a experiência é a dublagem do Estúdio Maga. Não sei quanto a vocês, mas escutar as vozes de Marcelo Gastaldi, Osmiro Campos, Marta Volpiani, Cecilia Lemes e Helena Samara em seus atores/atrizes trouxe uma grande sensação de conforto para mim. A adaptação seria ainda melhor com Silton Cardoso no Horacio Gómez e o Older Cazarré no Raul "Chato" Padilha, mas não tenho nenhuma reclamação com o trabalho do Élcio Sodré e do Hélio Vaccari.

Por outro lado, a única reclamação que tenho com o trabalho da Maga foi não substituir a trilha sonora do filme com as faixas do álbum Kids and Cartoons (como foi feito em Chapolin e Chaves). A trilha do longa consiste em duas músicas que se alternam entre as cenas. Se fossem boas canções, até vai lá.... MAS NÃO, são composições de qualidade bem vagabunda duvidosa. O orçamento era tão curto assim para não investir na parte musical?

São nessas horas que um teclado Casio faz a diferença.

Apesar de todas as minhas críticas, confesso que fico triste de não ter tido a oportunidade de assistir "Charrito" quando era mais jovem. Se o VHS estivesse presente nas locadoras que frequentei, certamente teria alugado uma porrada de vezes e nutriria muito mais carinho pela produção.

É, acho que sinto inveja de quem teve esta oportunidade.


Mas e o Gugu?


Gugu Liberato e Chaves, um crossover entre dois campeões de audiência do SBT.
[Imagem 7: Reprodução/SBT]

Considerando que o Sr. Augusto Liberato foi um dos maiores nomes do SBT, não é nenhum absurdo imaginar que o apresentador tivesse envolvimento na distribuição de "Charrito" no Brasil. A grande questão é: como isso aconteceu?

Para isso precisamos voltar alguns anos no passado, mais precisamente em 1988. Com Chaves e Chapolin explodindo de popularidade no canal do Homem do Baú, Gugu viajou para o México para entrevistar quatro nomes do elenco dos seriados: Florinda Meza, Edgar Vivar, Rubén Aguirre e Roberto Gómez Bolaños. A entrevista foi exibida em 7 de janeiro de 1987 no Programa Viva a Noite.

Em 1990, o apresentador retornou ao México, onde entrevistou apenas o "super comediante". Ao que tudo indica, foi durante esta viagem que o apresentador, por meio da Gugu Promoções & Merchandising, adquiriu os direitos de "Charrito". Em 1991, o filme foi dublado pela Maga e lançado em VHS pela Carat Home Vídeo. Aliás, é bem provável que foi nessa viagem que os direitos do episódio duplo de Chapolin conhecido como Aventuras em Marte foram adquiridos. Ele foi exibido como um filme pelo SBT e é até hoje um dos únicos registros do breve retorno de Ramón Valdés ao grupo que temos dublado em português.

Há rumores de que Gugu teria conseguido os direitos de El Chanfle nesta viagem. Se é verdade ou não, acho que jamais saberemos.


Sugestão de Leituras e Vídeos

Por se tratar de um filme estrelado por um grande nome da América Latina, acreditava que seria tranquilo encontrar informações sobre os bastidores desta produção.

E bem, não foi.

O meu interesse sobre o assunto começou após assistir um vídeo sobre o longa-metragem no canal Vila do Chaves. Contudo, quando fui pesquisar mais sobre os problemas da obra, não encontrei informações nem em páginas em português e muito menos em páginas em espanhol (o que me fez imaginar que o filme não é lá muito popular).

Foi então que uma pista me conduziu para a biografia de Roberto Gómez Bolaños, o livro Sem Querer Querendo. Após conseguir uma cópia digital através do Kindle sim, não fui até uma loja de torresmos, a minha busca me levou até o décimo quarto capítulo do livro, onde Chespirito descreve todos os percalços que ele enfrentou para lançar o filme. 95% do tópico sobre a briga com a Televisa foi baseado neste capítulo. Os outros 5% foram este que vos escreve encaixando uma citação sobre Don Ratón y Don Ratero (já que o próprio Bolaños esqueceu o filme não comentou uma vírgula sobre ele no capítulo).

As informações adicionais que obtive sobre a participação do Gugu vieram da página do filme na Dublapedia e de um tópico do Fórum Chaves sobre a dublagem das obras do Chespirito. Aliás, este tópico reúne informações de vários membros do fórum em uma linha do tempo bem interessante.

Deixo aqui a minha recomendação destes conteúdos.

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Pois bem meus caros leitores e amigos, este foi mais artigo da coluna NerdFacts.

Inicialmente, gostaria de deixar o meu agradecimento ao Nintakun por (de forma indireta) me apresentar este filme. Quero aproveitar e recomendar a página do Ninta no Medium onde ele escreve artigos bem legais sobre mangás e tokusatsus. É válido mencionar também que ele é uma das pessoas na otakusfera brasileira que mais conhece de Gundam e animes de mecha. Se vocês gostam de tudo isso, certamente apreciarão os seus textos.

Mas e aí, gostaram do texto? Desejam ajudar com alguma referência não citada, corrigir alguma informação equivocada ou simplesmente me xingar por ter desistido de escrever um texto sobre GaoGaiGar?

Lembro a todos que a nossa área de comentários é o local onde vocês podem participar da discussão apresentada no texto. Não só gosto de lê-los como também costumo sempre respondê-los.

Bora lá trocar uma ideia.

Por fim, sintam-se à vontade para compartilhar o link deste artigo com seus amigos, familiares, colegas de trabalho, amantes, inimigos mortais, enfim... com pessoas que se interessarão pelo conteúdo. Acreditem meus caros leitores, a participação de vocês é o que move a existência deste blog. 😉

Um grande abraço e até a próxima!


OBS: Não é uma certeza, mas acredito que a ausência de Edgar Vivar se deve a sua participação no filme A Tia Frankenstein (Frankenstein's Great Aunt Tillie, 1984).

OBS2: Em uma edição do Domingo Legal na década de 90, Gugu fez um cosplay de Senhor Barriga no quadro Táxi do Gugu (era um especial de Dia das Crianças).

OBS3: Já na Record, Gugu entrevistou Florinda Meza em 2016 e Maria Antonieta De Las Nieves em 2017. Ao contrário das entrevistas realizadas no SBT, essas duas têm um ar mais sensacionalista.

 

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